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Thiago Toscano deixará a presidência da Codemig O economista, alçado à presidência há cerca de três anos, ficará à frente da estatal até o dia 30 de abril e, depois, irá para a mineradora Itaminas.

17 de abril de 2024, 16h05 | Por Letícia Horsth

by Letícia Horsth

O economista Thiago Toscano deixará a presidência da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig). À frente da Codemig há cerca de três anos, Toscano está a caminho da mineradora Itaminas. O Aparte apurou que o presidente teria informado ao governador Romeu Zema (Novo) nesta terça-feira (16/4) que ficará apenas até 30 de abril.

Toscano já teria comunicado a saída a Zema antes da reunião desta terça, ao meio-dia, quando se despediu do governador. Então presidente do Instituto de Desenvolvimento Integrado (Indi), o economista foi alçado à presidência da Codemig em maio de 2021 para substituir Fábio Amorim. À época, a troca teria sido pedida pelo então presidente do Conselho de Administração, Paulo Uebel.

Toscano assumiu a Codemig com a missão de privatizá-la, já que o antecessor enfrentava dificuldades. A estrutura societária da estatal é dividida entre o Estado, que tem 49% das ações, e a Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge), que tem os 51% restantes. A privatização da Codemig foi oferecida pelo governo Zema como contrapartida para aderir ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF).

Antes uma só, a Codemig e a Codemge foram separadas em 2018. Desde então, a primeira é responsável pela exploração de nióbio em Araxá, Alto Paranaíba, em uma sociedade de propósitos específicos com a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração. Já a segunda, com a administração de ativos, como, por exemplo, os parques de água mineral de Cambuquira e Caxambu, Sul de Minas.

Entretanto, Toscano, assim como o antecessor, deixará a Codemig sem conseguir privatizá-la. Apesar de a estatal ter sido incorporada no Plano de Recuperação Fiscal encaminhado à Secretaria do Tesouro Nacional ainda em maio de 2023, ela foi um dos ativos sugeridos pelo presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD), para ser federalizada como alternativa à adesão ao RRF.

Interlocutores da Codemig minimizam o insucesso de Toscano ao não privatizá-la. Eles lembram que, em dezembro de 2023, o presidente apresentou ao governo Zema um plano para a privatização e, inclusive, a federalização da estatal. O argumento é que o economista entregou ao Palácio Tiradentes o que lhe estava ao alcance, ou seja, o que não dependia de autorização da Assembleia Legislativa (ALMG).

Encaminhada à ALMG ainda em 2019, a proposta de privatização da Codemig está arquivada desde 2023 em função do fim da legislatura – Projeto de Lei 1.203/2019. Até hoje, Zema não pediu para desarquivá-la. Levada a banho-maria, a matéria passou, em quatro anos, apenas pela Comissão de Constituição e Justiça, a primeira, que avalia apenas a constitucionalidade e a legalidade dos projetos.

O presidente deixa a Codemig em meio à desistência da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) em assumir a gestão da Sala Minas Gerais e do Espaço Mineraria. Após celebrar um acordo de cooperação técnica com a estatal no último dia 5, a quem os espaços pertencem, a Fiemg voltou atrás nesta terça (16/4) após o desgaste político com o Instituto Cultural Filarmônica.

Questionado, o governo Zema não se manifestou até a publicação desta reportagem se, de fato, já está ciente da saída de Toscano e quando o desligamento será formalizado. O presidente da Codemig também não atendeu aos contatos da reportagem. Tão logo se manifestem, o posicionamento será publicado.

Com informações do OTempo.
Foto: Willian Dias/ALMG.

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