Por Blog Mirante
Já demonstrei aqui, em algumas oportunidades, que falta ao governador alguém próximo a ele que lhe seja útil no trato com temas delicados e que não tenha projetos pessoais e/ou políticos. Por isso mesmo, entrevistas infelizes como em janeiro na TV e em rádio gaúcha – sobre o 8 de janeiro – lhe valeram perder todo cacife que saiu das eleições (embora depois do primeiro turno já tenha derrapado), que o credenciava a projetos futuros.
Ao contrário de ter levado, como lhe foi sugerido no primeiro mandato, pessoas com experiência para cargos estratégicos, optou por mosqueteiros de primeira viagem. Fosse apenas a inexperiência, seria compreensível, mas o trio com ambiciosos projetos pessoais na vida pública. Todos sem voto, ancoraram no bom perfil do chefe do Executivo e seguem fazendo suas articulações um tanto quanto distantes da tradição de Minas Gerais.
Vamos lá aos últimos acontecimentos! Medalha Tiradentes, outrora uma honraria respeitada por todo o Brasil, transformada em medalha (sim como minúscula) Joaquim Silvério. Fiquei daqui a pensar. Mineiros como Milton Campos, Juscelino, Tancredo, Itamar, Hélio Garcia – entre outros – estariam horrorizados com a concessão dessa honraria ao marreco e ao temeroso. Nem tanto pelo que penso sobre essa dupla, mas pelo momento inoportuno e totalmente inadequado dessa provocação. Vejam o comentário do amigo Carlos Lindenberg.
Desafiou a tradição conciliatória que sempre caracterizou Minas Gerais e seus homens públicos. Aprendi lá no Colégio Dom Bosco, de Araxá, cidade de onde viemos ele – Zema – e eu com os padres salesianos. “Cuidado com as más companhias, elas te buscam na porta e invadem a sua casa”. Assim aqueles padres, que ainda usavam batinas, alertavam nossos pais.
Quero acrescentar aos nomes que mencionei acima, também a reação que imagino na família Santos do vovô Armando e dos tios Domingos e Ovídio (esse Abreu). Vovô repreenderia, Domingão – baixinho diria – “em política não pode radicalizar”, já o tio Ovídio publicamente afirmaria que não soube do ocorrido. Todos, claro, não apoiariam fazer do governo de Minas um palanque eleitoral.
Quem me conhece, me acompanha, sabe inclusive que mesmo sendo Zema – primo – do campo conservador, depositei confiança nele. Não só com o meu voto, como enfrentei algozes questionamentos e debates sobre isso e até convenci alguns que seus princípios morais e éticos recomendavam. Juro, não imaginava e jamais poderia esperar que logo após o primeiro turno já pulasse no palanque do atraso, do negacionismo e ainda insistisse nesse campo minado. Até porque, por atitudes como essa, outros conservadores estão se cacifando com mais competência para o futuro. Numa pesquisa da Quaest é o terceiro nome na lista do eleitor de direita. E esse campo conservador, pelas pesquisas, não vence as eleições. Terceiro entre os preteridos. Sinal que o caminho indicado pelos seus inexperientes ninfetos não é o mais adequado.
Eu e cerca de dois milhões de mineiros, que votaram nele e Lula, ficamos estarrecidos. Não só com as medalhas Joaquim Silvério aos dois golpistas, mas com o chute no jeito mineiro de governar e fazer política. Para quem o conhece, ainda que superficialmente, fica cada dia mais clara a influência nefasta do trio parada dura. Todos, sem exceção, com projetos políticos pessoais. E com articulações que visam exclusivamente nesta direção, nada relacionado aos interesses de governo e do Estado.
A montagem da chapa para a reeleição, quando um deles deu o tombo no Eduardo Costa, é um detalhe. A candidatura suicida ao senado, articulada pela dupla interessada, é mais um fato desse amor despudorado pelo poder. Quem não se recorda da recente tentativa infeliz de ingerência nas eleições da Mesa da Assembleia? Patrocinada pela mesma turma.
Com isso, na contramão da expectativa de boa parte de seus milhões de votos, ele segue – numa bolha gerida pelos três super assessores mirins – acreditando que esse tal partido novo ganhou as eleições. Quem venceu foi ele, apesar dos novilhos precoces. Ninfetos! Enquanto isso, a dupla Eteu e Areteu, junto com Teteu, seguem influenciando Memeu e vão metendo os pés pelas mãos. Sigamos!
Em tempo: Ainda absurdado com tudo isso, recebo essas duas notas (a segunda tentando consertar a primeira) do governo de Minas. Os Inconfidentes foram golpistas por querer derrubar a Coroa Portuguesa? Confere? Isso mesmo que foi dito? Daí a assessoria, se é que existe assessoramento, troca o termo “crimes” por “atos“, porém sem se preocupar com o verdadeiro teor da nota. Donde-se conclui que nossas trincheiras são antagônicas. O outro nome de Minas é liberdade, disse Tancredo. Ainda que tardia, os Inconfidentes. Jamais ao lado de golpistas. Não adianta demitir o estagiário, pois a Secom deveria ser comandada por alguém da área e não por outro novilho insensível de ciências nem tanto exatas.
imagens: 1) vídeo extraído do blog do Lindenberg; 2 e 3) Agência Minas; 4) retirada da página oficial do governo de Minas Gerais
Foto: Reprodução