Por Metrópoles
O cenário desolador do Morro da Oficina dá a dimensão da tragédia causada pela chuva que já deixou 72 mortos na cidade de Petrópolis e provocou mais de 180 deslizamentos de terra.
O número parcial foi divulgado no mais recente boletim, emitido por volta das 17h10 desta quarta-feira (16/2). A lista de óbitos aumenta a cada atualização das autoridades.
Antes e depois: casas desaparecem após tragédia em morro de Petrópolis
No Morro da Oficina, antes loteado por casas alinhadas em uma mesma ladeira, surgiu uma extensa faixa de terra, como resultado do deslizamento da avalanche de lama e rochas. O forte temporal teve início no fim da tarde de terça-feira (15/2).
Dezenas de casas foram soterradas. Um bar, cheio de clientes, desapareceu sob a massa de destroços. O mesmo aconteceu com outros endereços do modesto comércio existente por ali.
O Morro da Oficina não foi um ponto isolado. A destruição causada pelas chuvas atingiu diversas regiões de Petrópolis – município da região serrana do Rio conhecido por sua relevância histórica e também chamado de Cidade Imperial.
No centro, onde estão atrações como o Museu Imperial e o Palácio de Cristal, a água tomou conta das ruas.
As diversas ladeiras da cidades canalizaram enxurradas – que, com a pressão alcançada pelas águas, arrastaram carros e até ônibus.
Na manhã desta quarta-feira (16/2), carros permaneciam atravessados pelas ruas, alguns completamente destruídos.
Cláudio Castro, governador do Rio, classificou a situação como um cenário de guerra. O gestor estadual, porém, estima que parte da cidade voltará a funcionar em dois ou três dias.
“Se não chover entre hoje hoje e amanhã, a vida já vai estar voltando ao normal”, disse Castro, em visita ao Morro da Oficina.
O governador fez a ressalva sobre os locais atingidos por deslizamentos graves. “Ali vai demorar um pouco e o estado vai precisar agir de modo muito incisivo”, acrescentou.
Desde a madrugada, cerca de 400 bombeiros trabalham na região.
A Secretaria de Defesa Civil listou 12 pontos de Petrópolis com registros considerados de maior gravidade.
Foram seis horas de chuva. Em três horas, o volume já superava a previsão para todo o mês de fevereiro.
A Defesa Civil recebeu mais de 260 chamados de moradores em áreas atingidas pela força do temporal.
Ainda não existe uma estimativa sobre o número de desaparecidos. A busca por sobreviventes prossegue.
Foto: Luciano Belfort/Especial Metrópoles