Por CNN
A União Europeia concordou com uma série de sanções contra a Rússia e as regiões separatistas após o presidente Vladimir Putin reconhecer a independência de duas regiões separatistas na Ucrânia.
O chefe da diplomacia do bloco, Josep Borrell, disse que esse é um momento particularmente perigoso para a Europa. Jean-Yves Le Drian, ministro da Europa e assuntos estrangeiros da França, complementou dizendo que a aprovação das sanções foi feita de forma unânime.
“Miramos bancos que financiam os tomadores de decisão da Rússia e operações naqueles territórios”, disse Borrell, acrescentando que 27 indivíduos e entidades que “prejudicam a integridade territorial da Ucrânia” serão alvo de sanções.
O pacote contém propostas contra “aqueles que estavam envolvidos na decisão ilegal”; “bancos que estão financiando militares russos e outras operações nesses territórios” e “visar a capacidade do Estado e do governo russos de acessar os mercados e serviços financeiros e de capitais da UE”.
Além disso, outras proposições aprovadas visam “limitar o financiamento de políticas escaladoras e agressivas”; “e direcionar o comércio das duas regiões separatistas para e da UE, para garantir que os responsáveis sintam claramente as consequências econômicas de suas ações ilegais e agressivas”.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula van der Leyen, disse, em coletiva de imprensa após o anúncio, que novas sanções serão adotadas contra a Rússia se necessário.
Outro bloco que também anunciou que aplicará sanções é o G7. Pelo Twitter, a ministra das Relações Exteriores da Rússia, Liz Truss, disse que os ministros “concordaram em um forte pacote coordenado de sanções” e que continuarão apoiando a integridade territorial da Ucrânia.
🇬🇧🇺🇸🇩🇪🇫🇷🇨🇦🇮🇹🇯🇵 The G7 Foreign Ministers strongly condemn Russia’s violation of their international commitments.
We agreed a strong package of coordinated escalatory sanctions in response. Our support is unwavering for the territorial integrity of Ukraine. pic.twitter.com/uW6y3ItrZJ
— Liz Truss (@trussliz) February 22, 2022
Anteriormente, a Alemanha já havia anunciado que vai suspender a certificação do gasoduto Nord Stream 2, o que deve impactar financeiramente a Rússia, visto que o país é responsável por 1/3 do gás consumido na Europa.
Entenda o conflito
Após meses de escalada militar e intemperança na fronteira com a Ucrânia, a Rússia está aumentando a pressão sobre seu ex-vizinho soviético, ameaçando desestabilizar a Europa e envolver os Estados Unidos.
A Rússia vem reforçando seu controle militar em torno da Ucrânia desde o ano passado, acumulando dezenas de milhares de tropas, equipamentos e artilharia nas portas do país. A mobilização provocou alertas de oficiais de inteligência dos EUA de que uma invasão russa pode ser iminente.
Nas últimas semanas, os esforços diplomáticos para acalmar as tensões não chegaram a uma conclusão. Foi reconhecida pelo presidente russo Vladimir Putin, na segunda-feira (21), a independência de Donetsk e Luhansk, duas áreas separatistas ucranianas.
A escalada no conflito de anos entre a Rússia e a Ucrânia desencadeou a maior crise de segurança no continente desde a Guerra Fria, levantando o espectro de um confronto perigoso entre as potências ocidentais e Moscou.
Foto: REUTERS/Yves Herman