Em tempos de catástrofes climáticas ligadas ao descaso ambiental, a Vale quer implantar mais um megaempreendimento em Minas Gerais. O denominado “Projeto Apolo”, poderá acabar com Parque Nacional da Serra do Gandarela e destruir o último aquífero intacto do Quadrilátero Aquífero-Ferrífero.
Infelizmente, parte da Serra do Gandarela não está protegida pela Unidade de Conservação federal devido à pressão da Vale S.A. e aliados da mineração, e ficou de fora dos limites a área com mais singularidades e de maior relevância hídrica, importante para as bacias dos rios das Velhas (São Francisco) e Piracicaba (Doce) e para a produção de água para Belo Horizonte e sua Região Metropolitana.
É precisamente nessa área que a Vale S.A. quer o megaempreendimento “Projeto Apolo – Novo Conceito”, uma mina com cava (7km), rebaixamento do lençol freático (200 metros de profundidade), ramal ferroviário (9km), pêra ferroviária, 2 pilhas gigantescas (total de 230 milhões de m3, altura de 250m e 294m e área de 53 e 215 hectares), TCLD (Transportadora de Correia de Longa Distância), usina de beneficiamento, diques, sumps, depósito de explosivos (paiol), estradas internas e externas e demais estruturas.
São previstos impactos ambientais de grande magnitude: destruição da Serra do Gandarela, com sua singular paisagem e biodiversidade; destruição de extensas áreas de recarga (cangas ferruginosas) e do principal aquífero da região (é nele que está o minério de ferro); rebaixamento do lençol freático; comprometimento da quantidade e qualidade das águas nas bacias dos ribeirões da Prata e Preto e córregos São João e Maria Casimira; secamento de nascentes; perda de cachoeiras; supressão de dezenas de cavidades, sítios arqueológicos e grandes áreas de Mata Atlântica e Cerrado; risco à paleotoca.
Créditos: Minas Ninja.
Foto: Agencia Minas/ Divulgação.