Por G1
Muitas cidades em Minas Gerais ainda estão sofrendo os impactos provocados pela chuva das últimas semanas. Em 24 horas, o número de municípios em situação de emergência mais que dobrou, saltando de 145 para 341, conforme boletim divulgado pela Defesa Civil Estadual, na manhã desta quarta-feira (12).
Ainda conforme o órgão, o número de mortes desde o início do período chuvoso, em outubro do ano passado, já chega a 24. Em todo o estado, 24.610 estão desalojados e 3.992 desabrigados .
Veja a situação de algumas municípios de Minas:
Nova Lima
No distrito de São Sebastião das Águas Claras, mais conhecido como Macacos, em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, houve deslizamento de terra e moradores estão ilhados.
A equipe de reportagem da TV Globo precisou passar por dentro de um condomínio e uma estrada de terra para ter acesso à rodovia que dá acesso ao distrito – que está coberta por água de chuva que chega quase a cobrir postes de iluminação.
No km 20 da MG-030, uma cratera “engoliu” parte da pista no sentido Nova Lima. A prefeitura e a Polícia Militar Rodoviária interditaram parcialmente a rodovia, e um desvio foi improvisado.
No bairro Vila da Serra, o muro de um condomínio corre risco de cair e a área foi isolada.
No distrito de Honório Bicalho, cenário de devastação. Casas destruídas, carro virado em meio à lama, muito lixo e restos de móveis espalhadas nas ruas.
Juatuba
O nível do Ribeirão Serra Azul, em Juatuba, na Grande BH, alagou ruas do bairro Varginha há cinco dias. Moradores de um condomínio de prédios estão impedidos de entrar e sair.
Houve até vizinho que abriu o portão de casa para dar vazão à enxurrada. Há bairros sem fornecimento de água.
Um trecho da MG-050, na alça que dá acesso a Juatuba, está interditado, e a travessia é feita somente com lancha ou moto aquática.
São Joaquim de Bicas
Em São Joaquim de Bicas, na Região Metropolitana, 500 famílias estão desalojadas, e uma cratera se abriu na Avenida Jorge Sachs Resk.
Os bairros Boa Esperança e Paciência estão sem água, e moradores, ilhados.
Rio Acima
O Globocop sobrevoou Rio Acima e mostrou que o nível da água do Rio das Velhas havia abaixado, mas havia muita lama e sujeira nas ruas. São móveis, colchões, eletrodomésticos, por exemplo.
Máquinas pesadas e caminhões faziam a limpeza. O helicóptero não flagrou casas inundadas e nem pessoas ilhadas.
Vespasiano
Após o transbordamento do Ribeirão da Mata, que alagou as principais avenidas do centro da cidade de Vespasiano, funcionários da prefeitura já iniciam a limpeza das vias.
Imóveis e comércios foram invadidos pela água. O comerciante Marcos Magela de Morais, de 60 anos, teve um prejuízo que pode ultrapassar R$ 1,5 milhão na carpintaria onde trabalha.
“A gente fica com uma sensação de que a gente não é nada. Fica olhando, inerte, a água subir para o seu pé. Estou com três veículos embaixo da água. É uma sensação de que você não sabe o que salvar. O almoxarifado? Os carros? A água subiu muito rápido. Você pensa em tudo o que você construiu, trabalhou. Uma sensação de total impotência”, desabafou.
Brumadinho
Após o transbordamento do Rio Paraopeba, quem vive em Brumadinho enfrenta os problemas com ruas e imóveis alagados. Conforme o último boletim da prefeitura da cidade, 887 pessoas estão desalojadas e 305 desabrigadas.
Belo Horizonte
Os motoristas precisam redobrar a atenção por causa de um buraco que se abriu na Rua Ozanan, no bairro Ipiranga, na Região Nordeste de Belo Horizonte. Uma faixa foi interditada, mas não há congestionamento no local.
Mariana
Em Mariana, na Região Central de Minas, 120 famílias foram retiradas de imóveis devido ao risco de desabamento. Conforme a Defesa Civil municipal, o deslizamento de encostas levou à interdição de diversas ruas e interrompeu as principais ligações com outros municípios.
Famílias são retiradas de casas no Norte de Minas
No Norte de Minas, famílias são retiradas de suas casas nas áreas de risco na cidade de São Francisco. O nível do Rio São Francisco continua subindo. Conforme dados atualizados pela Defesa Civil do município, até o início desta quarta, o número de famílias desalojadas chegava a 72.
O produtor rural José Francisco perdeu toda a lavoura e também vai ter que sair de casa.
“Sair assim é muito ruim, perdi a roça toda. A gente ver as coisas perdendo e não podemos fazer nada. É galinha morrendo dentro das águas. Escapa o que puder e o outro Deus ajuda que a gente adquire outra vez”, desabafou o produtor.
O município já preparou escolas para receber os moradores, mas até o momento somente uma família precisou utilizar o espaço. As outras estão em casas de parentes ou em residências próprias.
Foto: Reprodução/TV Globo