Por O Tempo
O vereador Marcos Crispim (Podemos) acionou o Poder Judiciário para retornar ao cargo de corregedor da Câmara Municipal de Belo Horizonte. O parlamentar pediu a anulação da portaria assinada pelo presidente da Câmara, Gabriel Azevedo (sem partido), que substituiu Crispim pela vereadora Loíde Gonçalves (Podemos) no posto.
Em sua justificativa, Crispim acusa o presidente da Casa de “tramar” e “criar” uma denúncia com o objetivo de se proteger de investigações em curso contra ele na Corregedoria. “Analisando a documentação em anexo, fica absolutamente cristalino que todos os fatos aqui relatados foram meticulosamente articulados pela Autoridade Coatora (Gabriel Azevedo)”, afirma o parlamentar na ação.
O pedido foi feito pelo vereador logo na terça-feira (29), um dia após a publicação da portaria que afastou Crispim do cargo de corregedor. O juiz responsável pela análise do caso deu 24 horas para que Gabriel Azevedo se pronuncie e apresente defesa antes de apresentar uma decisão.
“Em que pese a relevância dos fundamentos expostos na inicial, reservo-me o direito de apreciar o pedido liminar após manifestação da parte contrária”, diz o despacho do juiz.
Entenda
A polêmica entre Crispim e o presidente da Câmara começou na sexta-feira (25), quando uma denúncia contra Gabriel Azevedo foi arquivada pela corregedoria da Câmara e o vereador Crispim veio a público relatar que a anulação foi feita após manipulação de informações por parte de um assessor do presidente da Câmara, Guilherme Barcelos.
Esse assessor, conhecido como Papagaio, acusou o vereador Crispim de mentir sobre a falsificação de documentos e disse que ele sabia de todo o processo adotado para arquivar a denúncia contra Gabriel. Por causa disso, Papagaio registrou um boletim de ocorrência contra Crispim e protocolou uma denúncia na Câmara pedindo a cassação do vereador.
Logo em seguida a apresentar a denúncia, Papagaio foi nomeado chefe de gabinete de Gabriel Azevedo. Fato que para Marcos Crispim, mostra que tudo foi planejado.
“Não há qualquer dúvida que a Autoridade Coatora atua em benefício próprio ao arrepio da lei, eis que decidiu monocraticamente sobre o recebimento da suposta denúncia, muito convenientemente apresentada pelo seu chefe de gabinete”, diz a acusação.
Por causa disso, Crispim pede também a anulação do recebimento da denúncia utilizada como base para seu afastamento do cargo de corregedor e diz que isso só pode acontecer, considerando a legislação, depois que os vereadores aceitarem o pedido de investigação em reunião no Plenário da Casa.
Segundo Crispim, o simples fato da denúncia ser protocolada na presidência do Legislativo não o torna um investigado.
Os vereadores Gabriel Azevedo e Marcos Crispim foram procurados pela reportagem, mas ainda não se manifestaram até a publicação desta matéria. Caso se manifestem, a resposta será incluída neste texto.
Foto: Barbara Crepaldi/CMBH