Por Estado de Minas
A vereadora Marcela Trópia (Novo) encaminhou à presidente da Câmara de BH, Nely Aquino (Podemos), uma representação contra a secretária municipal de Educação Ângela Dalben. Ela aponta “descaso, falhas e omissões” da chefe da pasta durante a pandemia da COVID-19.
Para Marcela, Ângela Dalben cometeu uma infração político-administrativa. Segundo ela, “as escolas públicas não reorganizaram seus calendários, não adotaram nenhum sistema de aulas remotas on-line e a secretária de Educação sequer desenvolveu um plano minimamente eficaz para a prestação do serviço”.
Procurada, a PBH informou que a Câmara não notificou a secretária do processo administrativo.
Ainda na representação, a vereadora Marcela Trópia cita trechos da Ação Civil Pública (ACP) movida pela Defensoria Pública de Minas Gerais (DPMG) contra a prefeitura.
Ela ressalta três pontos da ACP da DPMG sobre falhas da PBH durante a pandemia:
- Ausência de cronograma de aulas
- Falta de plano de contingência para orientar as situações em que será necessário regredir e novamente proibir as aulas presenciais
- Inexistência de estratégia para a continuidade das aulas remotas
A vereadora cita, ainda, uma nota do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) sobre a questão. No documento, o MPMG cobra a elaboração de “protocolos técnicos e sanitários completos” para impedir a proliferação do coronavírus nas escolas da cidade.
Kalil anuncia ampliação
Em entrevista à “TV Globo” nesta quinta (19/8), o prefeito Alexandre Kalil (PSD) anunciou que vai dobrar o número de alunos nas escolas públicas municipais a partir desta segunda (23/8).
“O que eu tenho para dizer é que os novos estudos disseram que a escola não é problema. Então, a partir de segunda-feira, vamos publicar o protocolo de reabertura. Nós vamos dobrar o número de alunos”, afirmou.
Mas, a vereadora Marcela Trópia, autora da representação contra a secretária Ângela Dalben, não se convenceu.
“Primeiro, precisamos entender o que ele (Kalil) quis dizer. Parece-me que foi muito mais uma reação às aglomerações do Mineirão que uma medida de fato. O prefeito não explicou se ele vai reduzir o distanciamento (entre os alunos) de dois metros para um. O que eu sei da volta às aulas em BH é o mesmo que a população: nada”, disse ao Estado de Minas.
Foto: Túlio Santos/EM/D.A Press – 18/06/2021 e Edésio Ferreira/EM/D.A Press – 03/08/2021