A presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte Nely Aquino (Podemos) ofereceu na noite dessa sexta-feira (4) um jantar em sua residência para outros 17 vereadores que vão compor a legislatura a partir do próximo ano e que endossam a candidatura dela à reeleição da Mesa Diretora. Os apoiadores mais otimistas da presidente trabalham com o número de 24 apoios na votação do próximo dia 1º de janeiro, o que garantiria a recondução dela ao cargo.
Por O tempo
Em um vídeo publicado nas redes sociais, os vereadores presentes dizem, um por um, que “estão com a Nely”. Na publicação, a presidente afirmou que é “gratificante ver o trabalho ser reconhecido e ver pedir a continuidade”. Segundo a reportagem, Nely contou que o jantar foi um momento de confraternização para planejar a próxima legislatura.
“Alguns outros colegas, apesar de não terem comparecido, também têm mantido contato e sinalizado o desejo de manter a Câmara Municipal no caminho da transparência e da eficiência na aplicação dos recursos públicos”, afirmou.
Um dos principais articuladores e defensores da candidatura à reeleição, Gabriel Azevedo recorreu às redes sociais para dizer que o vereador cassado Wellington Magalhães tenta, “a qualquer custo”, impedir a reeleição de Nely “por vingança” e que “deixaria claro quem são os aliados” dele.
Desde a eleição, um dos nomes apontados na Câmara como sustentados pelo ex-presidente é o de Claudiney Dulim (Avante). Procurado pela reportagem sobre a ausência no jantar e sobre a suposta influência, Dulim afirmou que só soube do encontro pelas redes sociais e que acredita que as afirmações fazem parte de “uma estratégia criada por apoiadores mais animados e até exaltados no sentido de blindar a candidatura da atual presidente, causando confusão de informações entre a população e os vereadores que elegerão a Mesa no próximo mês”. “Claro é que, quem não tem mandato na Câmara, não vota nessa eleição. Os vereadores eleitos são quem têm a legitimidade constitucional para deliberar sobre o tema. Sobre o meu posicionamento pessoal, não há dúvida, sigo a orientação do partido”, afirmou.
A declaração de apoio a cerca de um mês da eleição gerou desconfortos entre alguns vereadores e interlocutores da prefeitura. Diversas análises começaram a serem feitas nas últimas horas, a principal delas é a de que o Executivo deve se movimentar nos próximos dias para tentar recuperar alguns votos, já que a aglutinação de membros opostos como do partido Novo e Nikolas Ferreira (PRTB), por exemplo, foi vista como controversa.
O fato de Nely construir uma candidatura “sozinha” também gerou alguns desgastes. “Se ela vencer a eleição dessa forma, mais do que uma derrota para a prefeitura, é uma derrota ainda maior para o Léo Burguês”, disse uma fonte.
Algumas fontes ouvidas pela reportagem afirmaram que do mesmo jeito que Nely e aliados podem ter acertado ao divulgar um apoio tão massivo neste primeiro momento, em um curto espaço de tempo pode acabar gerando um constrangimento e arrependimento, já que alguns vereadores podem ter que mudar o voto prometido em razão de compromissos políticos. “Queimaram na largada”, avaliou um outro interlocutor.
Com a participação de membros da base governista no jantar de Nely, caso a intervenção do Executivo se confirme, a tendência é de que a articulação possa girar em torno de Bruno Miranda, presidente municipal do PDT na capital mineira.
Questionada sobre as reações negativas do encontro, Nely disse desconhecer qualquer movimentação contrária. “Mesmo porque todos os parlamentares são bem-vindos a dialogar conosco a favor do município de Belo Horizonte. Até agora nenhum outro colega se colocou como candidato. Se houver, acho importante que se apresente para que o debate democrático de ideias aconteça”, disse.
De acordo com apuração da matéria, a reportagem procurou por Léo Burguês, que não retornou os contatos.
Fonte o Tempo
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