Um vídeo divulgado pelo Instituto Butantan nesta quinta-feira (7) mostra a reação de diretores ao receber a informação sobre a eficácia da CoronaVac, vacina desenvolvida em parceria com o laboratório chinês Sinovac.
Após quase um ano de pandemia do novo Coronavírus, pesquisadores receberam dados da eficácia da vacina que pode ser a primeira do Brasil.
As imagens mostram toda comemoração e alegria da equipe, no momento que era feito a leitura do resultado divulgado ontem (7).
Muito repercutido pelas redes socias e imprensa do Brasil e internacional, o vídeo foi gravado na noite anterior.
Em uma reunião fechada feita na noite de quarta-feira (6), o cientista Ricardo Palácios, diretor de ensaios clínicos do Butantan, informou os dados aos outros diretores.
Ao receberem as informações sobre a eficácia da vacina para casos leves, eles comemoraram, aplaudiram e deram gritos de alegria.
O cientista Ricardo Palácios, falou em tom emotivo dos dados obtidos.
“Agora eu tenho um resumo dos dados. Depois, eles entregam os dados completos. Então, para casos leves que precisam de algum tipo de ajuda – seja porque precisam de ajuda médica ou medicação –, a eficácia foi 77,96%, com intervalo de confiança inferior de 49,15 e superior de 90,44. Para casos de internação hospitalar, 100% eficaz”, diz no vídeo.
Nessa quinta-feira, foi informado que a Coronavac tem eficácia de 77,96% para casos leves e até 100% para casos graves de Covid-19.
Isso significa que a cada 100 pessoas vacinadas ao menos 78 ficam protegidas contra a Covid-19.
A vacina assegura 100% de proteção contra morte, casos graves e internações em infectados pela doença.
O estudo da CoronaVac no Brasil é avaliado por um comitê de especialistas sediado na Europa.
As indicações é que apenas esse comitê tenha acesso a algumas informações sigilosas sobre a pesquisa como praxe dos estudos científicos.
Ao final da reunião, o diretor do Butantan, Dimas Covas, comemorou o resultado e disse que o desafio do instituto agora é fazer o imunizante “chegar ao braço dos brasileiros”.
“Com esses resultados, nós temos certeza que temos uma boa vacina. Uma vacina que vai ajudar a sobreviver, neste primeiro momento, a essa terrível pandemia. E quem sabe, em um segundo momento, ajudar a nos livrarmos dessa situação difícil em definitivo… Vamos em frente, porque temos muito trabalho pela frente, agora mais do que nunca, para fazer essa vacina chegar ao braço dos brasileiros. É o que nós queremos. É o que nós vamos fazer”, disse Dimas Covas.
Ministro da Saúde
Ontem também, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, anunciou que o governo federal irá adquirir 100 milhões de doses da Coronavac.
“Hoje nós assinamos com o Butantan, menos de 24 horas depois da medida provisória, o contrato para a entrega das primeiras 46 milhões de doses até abril e de mais 54 milhões de doses no decorrer do ano, indo a 100 milhões”, afirmou o ministro durante coletiva de imprensa.
Coronavac
A Coronovac foi desenvolvida na China pelo laboratório Sinovac e está sendo testada em vários estados do Brasil, inclusive no Distrito Federal. Por aqui, a pesquisa é conduzida pelo Hospital Universitário de Brasília (HUB) e inclui cerca de 900 pessoas.
O imunizante funciona a partir de um vírus inativado, assim como a vacina de Oxford. Usando coronavírus desativados em laboratório, o corpo reconhece a ameaça (apesar de não ser atacado) e cria uma defesa para neutralizá-la. Caso o paciente seja exposto ao vírus no futuro, o organismo já sabe como se defender.
Foto: Reprodução/Instituto Butantan
Vídeo: Divulgação /Instituto Butantan