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Vitória conservadora na Alemanha encerra governo Scholz Sob a liderança de Friedrich Merz, a União Democrata Cristã (CDU) retoma a maior bancada no Parlamento, três anos após o fim do governo Merkel.

23 de fevereiro de 2025, 16h19 | Por Letícia Horsth

by Letícia Horsth

Diante de uma conjuntura marcada por desafios econômicos e tensões no cenário internacional, os eleitores alemães foram às urnas neste domingo (23/2) para escolher os novos representantes do Parlamento (Bundestag) em eleições legislativas antecipadas.

As pesquisas de boca de urna indicam que a aliança conservadora formada pela União Democrata Cristã (CDU) e sua sigla irmã na Baviera, a União Social Cristã (CSU), foi a mais votada, conquistando cerca de 29% dos votos. Com esse resultado, o líder da CDU, Friedrich Merz, desponta como o principal nome para assumir o cargo de chanceler federal, substituindo o atual chefe de governo, Olaf Scholz, do Partido Social-Democrata (SPD), cuja popularidade vem se deteriorando.

“A esquerda chegou ao fim. Não há mais maioria progressista, nem políticas de esquerda na Alemanha”, declarou Merz no sábado (22/2), durante o comício de encerramento de sua campanha em uma cervejaria em Munique.

Apesar de superar o SPD de Scholz, a CDU/CSU não obteve maioria absoluta entre as 630 cadeiras do Bundestag. Isso significa que Merz precisará articular alianças com outras legendas para consolidar sua posição e garantir um governo estável – um processo que pode se estender por semanas. Até que a nova coalizão seja formada, Scholz seguirá à frente do governo de forma interina.

A derrota de Scholz, no entanto, já é considerada inevitável. Com um índice de rejeição recorde, o chanceler e seu partido devem alcançar apenas 16% dos votos – o pior desempenho da legenda em mais de um século –, relegando o SPD à terceira posição no Parlamento, algo que não acontecia desde o final do século 19.

Caso o resultado se confirme, Scholz será o chefe de governo com o mandato mais curto desde a reunificação alemã em 1990, permanecendo menos de quatro anos no cargo.

Já a segunda maior força política do Bundestag será o partido ultradireitista Alternativa para a Alemanha (AfD), que deve conquistar cerca de 19,5% dos votos. Questões como imigração, crise econômica e suspeitas de interferência estrangeira marcaram a campanha da legenda, que praticamente dobrou seu eleitorado em relação à eleição anterior, em 2021.

Os Verdes, que fazem parte da atual coalizão governista de Scholz, sofreram uma leve queda, alcançando 13,5% dos votos. Em seguida, aparece o partido A Esquerda (Die Linke), com 8,5%, um resultado que representa uma recuperação após anos de declínio.

Já os resultados preliminares indicam que o Partido Liberal Democrático (FDP) – cuja saída da coalizão em novembro foi um dos fatores que levaram à antecipação do pleito – e a recém-criada legenda populista de esquerda Aliança Sahra Wagenknecht (BSW) podem não atingir a cláusula de barreira de 5%, o que os deixaria de fora do Bundestag.

Foto: Johannes Simon/Getty Images.

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