O Congresso dos Estados Unidos certificou na madrugada desta quinta-feira (7) a vitória de Joe Biden na eleição presidencial realizada em novembro de 2020.
A formalidade que acontecia no Congresso americano ontem (6), acabou se transformando em um dia violento depois que apoiadores de Donald Trump invadiram o Capitólio para contestar o resultado da eleição do ano passado.
Foram horas de tensão e quebradeira no legislativo americano. Os parlamentares foram tirados as pressas, enquanto os manifestantes escalavam muros, quebravam portas para invasão do local conforme mostrou o blog ontem.
Segundo a polícia de Washington, quatro pessoas morreram durante a invasão, entre elas uma mulher que foi baleada. Há também vários feridos, sem divulgação ainda dos números concluídos.
Antes da invasão
Após um comício de Trump perto da Casa Branca ontem (6), milhares de pessoas se dirigiram ao Congresso. O presidente, afirma ter perdido a eleição por fraudes. Até o momento nenhuma constatação de Trump foram provadas.
Ele queria que o vice-presidente Mike Pence, presidente do Senado, descartasse os votos do Colégio Eleitoral que confirmaram a vitória de Biden.
Pence, no entanto, publicou uma carta para os congressistas, na qual afirma que cumprirá seu papel constitucional, de contar esses votos.
Por causa da invasão, a prefeita de Washington, Muriel Bowser, decretou toque de recolher até 6h desta quinta-feira (8h no horário de Brasília).
A situação no Capitólio só foi controlada após a chegada das forças de segurança, que retiraram os manifestantes do prédio.
Depois que foi realizada a limpeza do local, a presidente da Câmara dos Representantes, a deputada Nancy Pelosi, decidiu retomar a sessão após conversar com as lideranças dos dois partidos, com o vice-presidente Mike Pence, autoridades do Departamento de Justiça e do Pentágono.
Na reabertura da sessão no Senado, Mike Pence criticou os apoiadores de Trump. “Aqueles que criaram caos na nossa capital hoje: vocês não venceram. A violência nunca ganha”, disse.
Em seguida, o Senado rejeitou o pedido de invalidação do resultado da eleição presidencial no estado do Arizona. 93 senadores foram contra o pedido, enquanto seis votaram a favor.
Na Câmara, 303 deputados foram contra o pedido, e 121 a favor da objeção ao resultado.
Também houve objeção aos votos da Pensilvânia, mas 92 senadores rejeitaram o pedido e apenas sete foram a favor da invalidação do resultado no estado. Na Câmara, 282 rejeitaram a ação e 138 deputados votaram pela objeção.
A posse de Joe Biden e Kamala Harris acontece no próximo dia 20 de janeiro, em cerimônia que acontece na parte externa do Capitólio.
Transição ordenada
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou publicamente que vai deixar o cargo no dia 20 de janeiro e garantiu, nesta quinta-feira (7), uma “transição ordenada” de poder depois de o Congresso certificar a vitória do novo presidente americano, o democrata Joe Biden.
“Embora eu discorde totalmente com o resultado da eleição e os fatos me confirmem, mesmo assim haverá uma transição ordenada em 20 de janeiro”, disse Trump em um comunicado.
A afirmação de Trump depois de uma confusão generalizada com a invasão de seus apoiadores ao Capitólio, em Washington, marcou a história democrática dos EUA.
O ato que resultou em mortes e feridos, teve tom de continuidade na fala de Trump.
“Eu sempre disse que nós continuaríamos lutando para garantir que apenas votos legais fossem contados. Enquanto isso representa o fim do melhor primeiro mandato presidencial na história, é apenas o começo da nossa luta para fazer a América grande de novo”, disse o presidente Trump, reforçando o slogan e as acusações sem provas de que as eleições foram fraudadas.
O democrata Joe Biden assumirá o cargo de presidente dos EUA no dia 21.
Com Agência
Foto: JOE RAEDLE/GETTY IMAGES