O ministro da Educação, Abraham Weintraub, foi carregado por apoiadores dele e do governo de Jair Bolsonaro (sem partido) após deixar a sede da Polícia Federal, na tarde desta quinta-feira (4), onde prestou depoimento sobre a acusação de racismo contra o povo chinês. Na chegada, Weintraub já havia sido recebido com gritos e falas solidárias dos bolsonaristas.
O apoio ao ministro foi intensificado pela base dos seguidores do governo após a divulgação do vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril, na qual Weintraub chama ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) de “vagabundos” e pede “cadeia” para eles.
Durante a oitiva, o ministro se negou a responder às perguntas da PF e entregou suas declarações por escrito. O inquérito em que constará o depoimento desta quinta tramita no STF, sob relatoria do ministro Celso de Mello, e foi aberto a pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República).
A defesa tentou suspender junto ao STF a realização do depoimento, mas não obteve sucesso. Com isso, Weintraub teve que comparecer pessoalmente à PF hoje.
No início do mês, em meio à pandemia do novo coronavírus, Weintraub publicou em seu Twitter um post satirizando o modo de falar dos chineses, que provocou dura reação da embaixada da China no Brasil. O ministro insinuou que os chineses poderiam se beneficiar da crise decorrente do coronavírus. O embaixador da China, Yang Wanming, chamou Weintraub de racista e o ministro apagou a publicação.
A prática de ato considerado como preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional é punível com reclusão de um a três anos e multa, de acordo com o artigo 20 da lei 7.716/1989. Um agravante, o fato de realizar esse ato usando publicações em meios de comunicação, torna o crime punível com reclusão de dois a cinco anos.
Com informações do Yahoo Brasil.
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