Por Hoje em Dia
O sinal está verde para a realização das obras de restauração e reforma do antigo prédio do extinto Banco do Estado de Minas Gerais (Bemge), na Praça 7, Centro da capital. O edifício, projetado por Oscar Niemeyer e inaugurado na década de 1950, abrigará a primeira agência de desenvolvimento da indústria criativa do Estado, o projeto P7 Criativo. Ontem, no Palácio da Liberdade, o governador Fernando Pimentel assinou um despacho autorizando as obras.
Na sede do P7 Criativo, profissionais e organizações poderão locar espaços em um ambiente de colaboração e empreendedorismo, além de compartilhar o espaço com os representantes de cada uma das instituições mantenedoras, desfrutando dos serviços de apoio, consultoria, aceleração e formação de negócios ligados às tecnologias digitais e à indústria criativa que essas instituições oferecem.
“Quando o prédio foi erguido, foi uma revolução. A Praça 7, supertradicional na cidade, e um prédio daquele porte, com aquela característica e com desenho tão inovador. Nós, agora, estamos somando aquilo que foi uma inovação com outra característica também inovadora e revolucionária, que é o que nós chamamos de economia criativa”, ressaltou o governador.
Parceria
O P7 é uma iniciativa do governo do Estado, por meio da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig), da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sedectes) e da Fundação João Pinheiro (FJP), em parceria com a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) e o Serviço de Apoio a Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), dentro de uma série de investimentos inéditos na indústria criativa.
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Paulo Rabello, acredita que BH deve se consolidar como a capital do conhecimento.
“Essa é uma cerimônia quase que de pedra fundamental de algo que já está construído, que agora precisa ser reformado no conceito da criatividade, revigorando o símbolo de uma grande edificação do Centro, que é referência para muitos dos nossos pais e avós”, salientou.
Para o presidente da Associação P7 Criativo, Paulo Brant, Minas é referência em capital humano. “O que a gente assiste hoje no mundo é uma revolução tecnológica que altera processos de produção, padrões de modelos de negócios, comportamentos das pessoas, e que faz com que a economia baseada no conhecimento e criatividade seja o futuro”.
No P7, serão realizados eventos e atividades de interação e fomento à realização de parcerias.
Conforme Marco Antônio Castello Branco, o presidente da Codemig, o novo espaço permitirá grande conexão e interação entre empresas de economia criativa.
“Nós criamos, no ano passado, a Associação P7 com parceiros e com objetivo de criar uma entidade capaz de fomentar a indústria criativa em Minas Gerais e, ao mesmo tempo, preservar patrimônio no centro da cidade, o prédio do Bemge. As empresas já descobriram que é muito difícil a inovação ser obtida em estruturas hierarquizadas. Ofertaremos todo um suporte ao empreendedor”, completou.
Projetado por Niemeyer, prédio é patrimônio histórico
A sede do P7 Criativo está instalada em um andar na Avenida Afonso Pena, 4.000, na região Centro-Sul da capital, com estrutura de coworking, incluindo 150 estações de trabalho, salas de reunião, auditório e laboratórios.
Projetado por Oscar Niemeyer, em 1953, para abrigar o antigo Banco Mineiro da Produção, mais tarde sede do Banco do Estado de Minas Gerais, o Edifício Bemge foi tombado pelo patrimônio histórico e marca o início da arquitetura moderna em arranha-céus na capital mineira.
Com 25 andares e mais de 14 mil metros quadrados de área construída, o local será completamente restaurado para receber o espaço, que contará também com restaurante e café, além da primeira biblioteca pública virtual do estado e o Espaço Memorial Praça 7.
Recursos
O investimento para a revitalização do espaço está estimado em R$ 57 milhões. A obra irá recuperar as características e formas originais do prédio, reiterando seu valor cultural e simbólico. Trata-se de uma iniciativa de revitalização do hipercentro de Belo Horizonte, que resgata a ideia, concebida no planejamento da capital, de tornar a Praça Sete o centro financeiro e de negócios da cidade.
Foto: Marcelo Sant’Anna/Imprensa MG