Por Estado de Minas
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), respondeu o prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD) sobre um possível “gabinete do ódio” criado contra a gestão da capital mineira pelo atual poder estadual em meio à pandemia do novo coronavírus. O governador negou a menção e criticou as ações do prefeito belo-horizontino. A resposta foi dada na tarde desta quarta-feira, em entrevista ao programa Alterosa Agora, da TV Alterosa.
“Me causa estranheza (a menção), até porque o único hospital de campanha que construímos, com 800 leitos, foi na capital. Pelo que me consta, ele (Kalil) fez vários anúncios que faria hospital de campanha, e até hoje não vi nenhum leito. Parece que está tendo muita falação e pouca ação. Prefiro quem age como eu, quem fala pouco e faz muito, que parece que não é o que está acontecendo”, disse Zema.
O hospital de campanha construído pelo governo de Minas e citado por Zema está situado no Expominas, no Bairro Gameleira, Região Oeste de BH. No local, estão disponíveis 740 leitos de enfermaria e 28 de estabilização, o que totaliza 768 vagas. Já o hospital de campanha que seria construído pela Prefeitura de BH seria montado no Mineirão, na Região Pampulha, mas não se concretizou por um desacordo. “Proposta imoral, indecorosa e politiqueira”, disse Kalil, em abril deste ano.
A declaração de Kalil sobre um “gabinete de ódio” foi dada em entrevista coletiva, nessa terça, e partiu de uma dívida do governo em relação a repasses de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e para a área da saúde. O prefeito de BH disse que o problema se tornou “constante” desde que Mateus Simões (Novo) deixou de ser vereador da cidade para se tornar o secretário-geral de Estado, em março deste ano.
“Quanto ao problema, é recorrente, uma ameaça constante depois do secretário-geral (assumir). Foi criado no governo um gabinete de ódio contra a prefeitura, sem motivo nenhum. Ameaçaram não pagar a parcela que venceu ontem (segunda-feira) para BH, mesmo sabendo que somos o centro da pandemia, o lugar que precisa de recursos”, afirmou Kalil.
Em outro momento, o prefeito disse que não iria entrar com uma ação exigindo o repasse. “É uma vitória mais que certa. Mas adianta pegar dinheiro para Belo Horizonte para prejudicar o governo de Minas? Não é a intenção. Aqui não tem gabinete do ódio”.
Segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), 97 pessoas morreram de coronavírus no território. Outros 2.605 casos da doença foram confirmados, enquanto 91.918 estão sob investigação. BH tem 23 óbitos e 834 casos oficializados da COVID-19.
Foto: Pedro Gontijo/Imprensa MG