Caminhoneiros de 22 estados do País, decidiram entrar em greve a partir desta segunda-feira (1). Mesmo com a afirmativa do líder em um vídeo postado nas redes sociais, pelo presidente do Conselho Nacional dos Transportes Rodoviários de Cargas (CNTRC), Plínio Dias, afirmando que a paralisação começaria a partir das 6 horas da manhã de hoje, a semana começou com caminhoneiros interrompendo na manhã de hoje o fluxo de duas faixas da Rodovia Castello Branco, na altura de Barueri (SP), em protesto contra o governador de São Paulo, João Doria (PSDB).
Segundo os líderes, o protesto paulista foi organizado por autônomos. A reivindicação, porém, diferencia das que foram apresentadas pelas entidades que organizam a greve, que tem como principal bandeira a alta do preço de combustíveis.
“Nossa reivindicação é por redução do ICMS porque faz a economia girar. É bom para nós e a economia inteira. E contra os pedágios abusivos. Somos pela volta ao trabalho. Ninguém mais aguenta ficar em casa”, disse o líder da manifestação na Castello Branco, Claudinei Habacuque.
No vídeo, Dias afirmou que a duração do movimento será indeterminada” e que 22 Estados participam do conselho. Segundo ele, a redução do PIS/Cofins sobre o diesel, cogitada pelo governo para abaixar o preço do combustível, não seria suficiente para terminar com a greve. Dias disse que, o principal problema é a política de paridade ao preço internacional adotada pela Petrobras.
Paralisação 2018
Em 2018, o preço do óleo diesel era de R$ 3,30. Hoje, está em torno de R$ 4,50, ou 36% a mais. Para os caminhoneiros, com essa configuração e tendo a Petrobras fazendo constantes aumentos de preço na refinaria, o impacto é imediato para quem abastece na bomba.
Pandemia
A paralisação, pode gerar desabastecimento no País como ocorreu há três anos, com um agravante em 2021 devido a pandemia do novo coronavírus que já matou 224.504, como informou nesse domingo o Ministério da Saúde.
O tamanho da greve é incerto, uma vez que entidades como a Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Autônomos (Abrava) e a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) reforçaram que não participarão da paralisação.
No sábado (30), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pediu que a categoria não entrasse em greve e disse que todo mundo perderia se isso acontecesse, no “Brasil todo”.
Sobre o apelo de Bolsonaro, Dias afirmou que entende que o presidente não pode incitar greves, mas reclamou que “não chegou nada para categoria de autônomos” nos primeiros dois anos de governo. “Não podemos deixar passar este ano, o ano que vem é de eleição, senão os caminhoneiros vão continuar no submundo”, disse.
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