Não dá para entender o que se passa na cabeça do presidente Bolsonaro. Num dia em que o país ultrapassa a sua pior marca, em um ano de pandemia, superando a casa de mais de 250 mil mortes ,eis que Bolsonaro vai ao Ceará e não apenas promove aglomerações, propositadamente, como se desafiasse o governador do Estado Camilo Santana (PT), que se desculpou e não foi recebe-lo, como ao final daquelas falas promocionais dirigidas aos seus seguidores, desafiou os governadores para que paguem o benefício fiscal aquele que decretar o fechamento em suas áreas de atuação.
Mas que loucura é essa? Então, com mais de 250 mil mortos – tudo bem ele já disse que não é coveiro – o presidente da República aparece sem máscara, promove aglomeração – ou ele não sabe que isso leva a população à morte?- e ainda desafia os governadores e prefeitos? Será que o presidente não sabe que há uma decisão do Supremo Tribunal Federal dizendo que cabe a todos os entes federados a mesma responsabilidade no enfrentamento da pandemia?
Para o senador Tasso Jereissati (PSDB), o presidente ao agir assim estaria cometendo crime de responsabilidade porque ele deve ter consciência de como o vírus se propaga – aliás não é atoa que boa parte de seus ministros já pegou a Covid-19 – de forma que é incompreensível que uma autoridade da responsabilidade do presidente da República faça o que Bolsonaro vem fazendo com a alegre desculpa de que é assim que os governadores e prefeitos deveriam fazer, para agradar a opinião pública.
Isso tem outra qualificação, deve saber sua excelência: isso é o populismo rastaquera, em seu nível mais baixo. Não tem outro nome. E não menos inacreditável é que parece estarmos diante de um novo Messias, ainda que as últimas pesquisas tenham mostrado que sua popularidade está menor do que há um mês e que, por isso mesmo a ideia de voltar com o auxilio emergencial que, no entanto, duraria apenas três ou quatro meses e que seria agora a metade do que seria antes ( 250 reais contra os 600 do ano passado ) e agora também abrangendo apenas a metade dos que foram beneficiados até dezembro.
Isso quando a inflação dispara nos supermercados e a população de desempregados chega a 13,5 milhões de pessoas. Essa situação não parece real para o presidente da República que só pensa na reeleição, uma eleição da qual ele não poderá mais fugir do debate, como fez em 2018 beneficiando-se de atestados médicos que o recomendavam a não ir aos debates televisivos.
Cá entre nós, tudo isso não parece uma loucura?
Resta saber quem é o louco – ou será que é necessário?
A resposta está com o senador Tasso Jereissati.
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