Home Política Pacheco decide rejeitar pedido de impeachment de Bolsonaro contra Alexandre de Moraes

Pacheco decide rejeitar pedido de impeachment de Bolsonaro contra Alexandre de Moraes

25 de agosto de 2021, 20h50 | Por Redação ★ Blog do Lindenberg

by Redação ★ Blog do Lindenberg

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, decidiu rejeitar  nesta quarta-feira (25) o pedido de impeachment feito pelo presidente Jair Bolsonaro contra o ministro do Supremo Tribunal Federal  (STF), Alexandre de Moraes.

O pedido foi enviado ao Senado por Bolsonaro na última sexta-feira (20). Foi a primeira vez que um presidente da República pediu o afastamento de um ministro do STF — que, em nota, repudiou o ato.

Pacheco seguiu parecer da Advocacia-Geral da Casa, que entendeu não haver motivos para iniciar o processo por ausência de “justa causa”.

“O Presidente do Senado Federal, no uso de suas atribuições regimentais e regulamentares, e em conformidade com o disposto no art. 52, inciso II, da Constituição da República, decide: rejeitar a denúncia formulada nos autos da Petição (SF) nº 20, de 2021-SGM, por JAIR BOLSONARO em desfavor do Ministro do Supremo Tribunal Federal ALEXANDRE DE MORAES por não estar presente a justa causa para o seu processamento. Publique-se. Arquive-se”, diz a decisão do parlamentar.

À imprensa,  Rodrigo Pacheco  afirmou que, além do lado técnico e jurídico, “há também um lado político, de uma oportunidade dada para que possamos restabelecer as boas relações entre os Poderes”.

Na fala, ele voltou a defender um novo encontro entre os chefes do Executivo, Legislativo e Judiciário, que foi desmarcado após a nova ofensiva do presidente da República contra o STF.

— Que possamos buscar constantemente esse consenso, identificar as divergências, mas que essas divergências sejam superáveis pelos mecanismos próprios que a Constituição nos fornece. E não é o caso, naturalmente, de um pedido de impeachment, que sem a adequação legal e sem a técnica jurídica própria deve ser rejeitado. E é o que foi feito por esta Presidência do Senado Federal — declarou Pacheco, em pronunciamento hoje.

Desde o início, o presidente do Senado sinalizou que não daria andamento ao pedido de Bolsonaro, que, mesmo assim, insistiu na iniciativa contrariando até mesmo aliados que o aconselharam a desistir da ação, que intensificou ainda mais a crise entre os Poderes.

Na última sexta-feira, após Bolsonaro entregar o pedido ao Senado, Pacheco disse não ver fundamentos para um impeachment:

— Esse pedido, assim como outros, será analisado pela presidência do Senado. Obviamente vou estudar a peça. É meu papel ouvir a advocacia do Senado. Acho que esse encaminhamento técnico e jurídico deve ser feito e obedecido em respeito a todos as iniciativas que existem e ao direito de todo brasileiro de pedir. Mas eu terei muito critério nisso, e sinceramente não antevejo fundamentos técnicos, jurídicos, políticos para impeachment de ministro do Supremo, como também não antevejo para impeachment do presidente da República.

Há dois dias, Pacheco reforçou a posição, durante evento em São Paulo, dizendo que “nao antevia fundamentos fáticos e jurídicos para dar seguimento” ao pedido. Na ocasião, ele também defendeu que o impeachment “não pode ser banalizado, não pode ser mal usado, não pode ter um viés simplesmente político”.

A iniciativa de Bolsonaro provocou reações no Senado. Em resposta, o ex-presidente do Senado Davi Alcolumbre (DEM-AP) disse a interlocutores que, como presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, manteria suspensa a indicação de André Mendonça ao STF. Governistas trabalham para vencer a resistência. A ofensiva se intensificou após a aprovação da recondução de Augusto Aras para a Procuradoria-Geral da República, ontem.

 

 

Com Extra

Foto: Pedro França/Agência Senado / Estadão

 

 

 

 

 

LEIA TAMBÉM

Envie seu comentário