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Moro pode deixar o governo antes do fim do mandato, em 2022, diz pesquisa Levantamento da InfoMoney revela que recuo de Bolsonaro sobre a divisão Ministério da Justiça não foi suficiente para manter ex-juiz da Lava-jato até o fim da gestão. Ex-aliados do presidente tem feito pressão para que Moro seja candidato à presidência da República.

2 de fevereiro de 2020, 10h59 | Por Lena Alves

by Lena Alves

O recuo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) quanto ao fatiamento do Ministério da Justiça amenizou um novo atrito velado com o ministro  Sérgio Moro, mas não foi suficiente para dissipar especulações sobre o futuro do ex-juiz da Lava-Jato.

Um levantamenro feito pela revista  InfoMoney pontuou que Moro pode deixar o governo antes do fim do mandato, em 2022. A recente crise política com Moro, levou Bolsonaro a colocar novamente o ex-juiz da Lava-Jato como o preferido para substituir o ministro Celso de Mello no STF (Supremo Tribunal Federal).

Em novembro deste ano,  o decano alcança a aposentadoria obrigatória, abrindo espaço para o presidente indicar seu primeiro nome na Suprema Corte. Serão duas oportunidades de emplacar nomes no STF, ja que em 2021, mais uma vaga será aberta no Supremo, com a saída do ministro Marco Aurélio Mello, que completa 75 anos julho.

Crise

A crise com Moro se intesificou quando  Bolsonaro articulou uma reunião com secretários estaduais de Segurança, sem a presença do ministro, que tem usado o tema como uma das suas bandeiras de gestão.
Moro disse a aliados na ocasião  que, se a manobra ocorresse, deixaria o governo. Com o atrito, a reação de apoiadores de Moro foi forte,  que passaram a pressionar o presidente nas redes sociais.

Desde então, o presidente Bolsonaro tem dito que  por enquanto, a possibilidade de dividir a pasta está engavetada. Fontes do Blog em Brasília  disseram que Bolsonaro queria segurar Moro o matendo na política como candidato a vice em 2022, mas diante das pesquisas que mostrou o crescimento do ex-juiz ficando à frente do próprio presidente, a estratégia mudou, já que Bolsonaro não quer ter ele como adversário nas urnas em 2022.

Ex-aliados do presidente já começaram a fazer campanha para convencer Moro a se candidatar, como Luciano Bivar e o ex lider do PSL na Câmara, delegado Waldir (GO) que tem pedido pela candidatura de Moro em post do ministro no Instagram criado recentemente.

Na pesquisa exclusiva da revista  que ouviu analistas políticos consultados pelo Barômetro do Poder, o levantamento da InfoMoney, mostra que Moro pode deixar o governo antes do fim do mandato, em 2022.

Em uma escala de 1 (muito baixa) a 5 (muito alta), a média das projeções ficou em 3,93 para a essa possibilidade. A pesquisa mostra que 71% dos analistas consultados veem como altas ou muito altas as chances de saída do ministro, enquanto 29% atribuem probabilidade média.

O estudo não leva em conta motivos para uma eventual saída do ministro mais popular do governo, que poderiam ir desde a indicação para uma vaga no Supremo Tribunal Federal até uma possível candidatura na próxima disputa eleitoral.

Até o fim de seu mandato, Bolsonaro fará ao menos duas indicações para o STF: uma em novembro deste ano, para a vaga do decano Celso de Melo, e outra em 2021, para o lugar do ministro Marco Aurélio Mello.

“Sérgio Moro fará enorme pressão para ser o substituto de Celso de Mello em novembro”, aposta um dos analistas consultados pelo Barômetro do Poder.

Outros destaques da pesquisa:

– A maioria dos entrevistados (64%) acredita que as eleições municipais terão alto impacto sobre a relação entre Bolsonaro e o Congresso Nacional;

– A média das estimativas para a base do governo Bolsonaro no Congresso chegou ao menor patamar da série histórica do levantamento: 89 deputados e 16 senadores. Nenhum dos analistas espera melhora na relação entre governo e parlamento nos próximos 6 meses;

– A “PEC paralela” da Previdência é vista com desconfiança pelos analistas, mesmo que estados e municípios permaneçam fora das regras gerais válidas para servidores da União. Neste caso, 50% veem chances baixas ou muito baixas de êxito desta proposição;

– Do pacote de medidas enviadas pelo governo em novembro, a PEC Emergencial é a vista com mais chances de aprovação. Para 35%, o texto só deve ser aprovado no terceiro trimestre, enquanto 21% acham que a proposta ficará para o ano que vem;

– Já a PEC do Pacto Federativo (Mais Brasil) é vista com ceticismo. Apenas 14% veem chances altas de aprovação. Quanto ao calendário, 64% acreditam que o texto ficará para 2021;

– Das pautas prioritárias para o ano, a privatização da Eletrobras está entre as que devem enfrentar mais dificuldades. 57% atribuem probabilidade baixa ou muito baixa de o projeto avançar no parlamento. Por outro lado, o marco legal do saneamento e o PL do Fundeb são vistos como os mais simples de serem aprovados.

– A maioria dos consultados (64%) vê fundamentos políticos para que o crescimento de 2,31% projetado no último Relatório Focus seja alcançado em 2020. Se isso acontecer, 79% apostam em uma melhora na governabilidade de Bolsonaro.

 

Fonte: Infomoney

Foto: Adriano Machado / Reuters

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