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Aguinaldo Timóteo, segundo revelação do radialista Aldair Pinto a Carlos Lindenberg

3 de abril de 2021, 20h58 | Por Carlos Lindenberg

by Carlos Lindenberg

A morte neste sábado do cantor e político Aguinaldo Timóteo parece ter feito o país despertar de um pesadelo que muitos ignoram: o coronavírus mata idosos e novos, isso é real.

Só quem não sabe disso é o ministro Nunes Marques, do STF, que ontem liberou missas e cultos evangélicos no auge da pandemia – essa mesma que matou Aguinaldo, ele que havia tomado a segunda dose da vacina dois dias antes de ser internado e antes, portanto, que o imunizante fizesse efeito.

Aos 84 anos, Aguinaldo, nascido em Caratinga (MG) e defensor do ex-presidente Lula, a quem não se cansava de elogiar nos vários vídeos postados nas redes sociais, foi, além de dono de uma voz inigualável, eleito deputado federal duas vezes e vereador em São Paulo e Rio de Janeiro.

Aguinaldo Timóteo, que além de cantor foi mecânico, profissão com a qual venceu as primeiras dificuldades desde que saiu de Belo Horizonte para o Rio de Janeiro, era uma pessoa solidária e reconhecido com os que lhe deram a mão no início de sua carreira.

Uma dessas pessoas, que me fez o relato pessoalmente, foi o radialista Aldair Pinto, um dos incentivadores de Aguinaldo Timóteo logo no seu início de carreira. Aldair queria publicar um livro e me descobriu no Hoje em Dia, como diretor de Redação, a partir do que as ligações telefônicas passaram a ser quase diárias.

Chegou a me mandar o que seriam os originais do livro em que contava a sua vida, até com alguma riqueza de detalhes – Aldair foi vereador em Belo Horizonte e deputado estadual, registre-se. Até que perdemos o contato, mas antes disso ele me contou ao telefone, me deu até o endereço de onde morava, num edifício nas imediações do Maletta, ao me dizer que passava por algumas necessidades, que era Aguinaldo Timóteo quem pagava o aluguel do apartamento em que morava, acho que na avenida Augusto de Lima.

Essa historinha, que me foi contada pelo próprio Aldair Pinto, um dos gigantes do radio mineiro, serve para ilustrar o espírito solidário de Aguinaldo Timóteo com os que de alguma forma lhe deram a mão no início de carreira, como fez com Ângela Maria, de quem foi motorista, e que o incentivou a gravar os primeiros discos. Era preciso dar esse depoimento sobre Aguinaldo Timóteo, a quem não conheci pessoalmente, mas cuja generosidade talvez tenha sido tão grande quanto a sua voz.

 

 

Foto: Reprodução

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