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Araújo leva “chamada” para colocar máscara em evento em Israel "Bronca" ocorreu no momento em que chanceler foi convidado a posar para uma foto oficial

7 de março de 2021, 16h09 | Por Redação ★ Blog do Lindenberg

by Redação ★ Blog do Lindenberg

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, levou uma chamada neste domingo ao ser recebido em viagem oficial a Israel. A “bronca” ocorreu após a cerimônia de boas-vindas, no momento em que Araújo foi convidado a posar para uma foto oficial com o chanceler israelense, Gabi Ashkenazi.

Diferentemente do colega, o brasileiro não usava máscara de proteção, mas foi interpelado pelo locutor do evento, que falou em inglês. “Nós precisamos fazer isso com a máscara”, disse a voz ao microfone. “Oh, yeah!”, respondeu um constrangido Araújo, que já havia se aproximado de Ashkenazi. O ministro deu, então, dois passos para trás, colocou a proteção e voltou a se aproximar do colega israelense.

Araújo lidera uma comitiva de dez autoridades brasileiras em busca de “intercâmbio científico” no contexto da pandemia. O presidente Jair Bolsonaro chegou a dizer reiteradas vezes que o objetivo da viagem seria analisar um spray nasal que está sendo testado pelos israelenses para pacientes em estado grave. Porém, diante da má repercussão e da falta de vacinas no país, o discurso mudou, e o objetivo oficial da viagem passou a ser outro.

O comportamento do chanceler reflete a resistência de autoridades federais brasileiras a usar a máscara. O próprio Bolsonaro vem contestando a eficácia da proteção facial e das medidas de isolamento para conter o contágio pelo coronavírus. Apesar disso, a comitiva terá que ser submetida a um rígido controle de seus movimentos em Israel. Os brasileiros já foram avisados pelas autoridades locais que terão que ficar restritos ao hotel e aos compromissos oficiais.

As  fotografias oficiais do grupo ao deixar o Brasil, todos sem máscara, e na chegada a Israel, com todos protegidos, também denotam uma diferença de comportamento.

Clima amistoso
Em seu discurso, Ashkenazi expressou solidariedade pela “situação no Brasil”, onde mais de 10 mil pessoas perderam a vida na última semana por causa do coronavírus. “Nós temos acompanhado nos últimos dias a situação no Brasil e, em nome do povo de Israel, eu gostaria de expressar minha solidariedade ao povo brasileiro”, disse. “Nós temos certeza de que vocês vão superá-la, como todos nós iremos. Eu posso assegurar que Israel fará o que puder para apoiar seus esforços para superar a covid-19. Nós estamos prontos para ajudar de qualquer modo que pudermos.”

Segundo o israelense, a visita de Araújo servirá para “explorar oportunidades de investimentos conjuntos em pesquisa para desenvolver drogas e outras soluções possíveis contra o vírus.

Apesar da saia justa ao fim da cerimônia, o clima na solenidade foi amistoso. Ashkenazi lembrou o diplomata brasileiro Oswaldo Aranha, que teve papel decisivo na sessão das Nações Unidas que aprovou a partilha da Palestina, em 1947, abrindo caminho para a criação do Estado de Israel. E também destacou o apoio da gestão Bolsonaro a Israel nos fóruns internacionais.
“Em nossa conversa hoje, eu agradeci ao ministro e pedi a ele que agradeça ao presidente Bolsonaro pela calorosa amizade com Israel”, disse Ashkenazi. “Eu ainda agradeço a ele pelo apoio do Brasil em fóruns internacionais, o que não é pouca coisa”.

Araújo, por sua vez, relembrou viagem de Bolsonaro a Israel, em março de 2019, a primeira sua visita de Estado como presidente do Brasil. E disse que o atual governo começou a agir contra o terrorismo na região.

Acompanham Araújo os deputados federais Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho 03 do presidente, e Hélio Lopes (PSL-RJ); o secretário especial de Comunicação Social, Fábio Wajngarten; o assessor internacional da Presidência Filipe Martins; o embaixadador Kenneth Félix Haczynski da Nóbrega, secretário de Negociações Bilaterais no Oriente Médio, Europa e África do Itamaraty; o diplomata Pedro Paranhos, também do Itamaraty; o secretário de Pesquisa e Formação Científica do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), Marcelo Morales; e o secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos (SCTIE), Hélio Angotti Neto, do Ministério da Saúde.

Veja o vídeo:

 

 

Fonte: Valor
Foto: Divulgação

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