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Artigo: Eleições no Congresso e suas projeções para 2022 Comentário da tarde

30 de janeiro de 2021, 18h42 | Por Carlos Lindenberg

by Carlos Lindenberg

Anote a data: segunda-feira, dia 01 de fevereiro. Nesse dia, o presidente Jair Messias Bolsonaro poderá estar comemorando, quem sabe, uma possível pré-vitória no processo em que tentará a reeleição, em 2022. Seria o princípio disso, se o candidato dele à presidência da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, derrotar o paulista Baleia Rossi.

Isso significa que Lira atuará em duas frentes, pelo menos: primeiro, deverá enterrar de vez os mais de 60 pedidos de impeachment que dormitam nas gavetas do atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e , segundo, deve colocar para andar, como acredita Bolsonaro, as medidas administrativas e econômicas que o centrão – esse grupo de parlamentares que faz o jogo do toma lá dá cá – vai fazer passar na Câmara e depois no Senado, encerrando assim de forma definitiva os constantes embates entre Rodrigo Maia e o próprio Bolsonaro.

Quanto custará a eleição de Arthur Lira?

Os cálculos por baixo indicam uma sangria de 3 bilhões de reais nos cofres públicos, para beneficiar pouco mais de 200 parlamentares que se beneficiariam das emendas que eles mesmo pediram ao Executivo, no chamado orçamento impositivo – uma criação do Congresso segundo a qual um parlamentar inscreve-se com uma emenda dessas, mas fica na dependência da boa vontade do executivo.

Pois agora o governo está disposto a liberar 3 bilhões de reais, num orçamento que já foi pra o espaço e rompeu o teto de gastos votado pelo ex-presidente Temer, para garantir a vitória de Arthur Lira, numa disputa que, na verdade, se transformou numa queda de braço entre Rodrigo Maia e Bolsonaro.

Ontem , aliás, várias faixas efusivas ao candidato Baleia Rossi foram rasgadas e incendiadas em Brasília, numa possível exibição de que não é boa a situação de Lira, apesar de que todos os prognósticos são de que a disputa vai para o segundo turno, e aí vai pesar o imponderável porque o voto é secreto e as traições, dos dois lados, passam a dominar o jogo -e é onde entra o poder do executivo que, com uma canetada, pode desequilibrar o jogo, forçando a vitória do candidato oficial.

O deputado Rodrigo Maia, claro, não perdeu a chance de culpabilizar o presidente da República pela destruição das faixas, dizendo no Tuiter que o “o nome disso é o fascismo e é contra isso que temos de lutar”, embora não tenha colocado em votação nenhuma dos mais de 60 pedidos de impeachment contra Bolsonaro e que ele mesmo, Rodrigo Maia, engavetou. Enfim, anotem a data, segunda-feira, primeiro de fevereiro, dia aliás em que caminhoneiros prometem parar o Brasil – uma promessa, sejamos realistas, difícil de ser cumprida.

 

Por Carlos Lindenberg

Foto: Câmara dos Deputados

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