Por Terra
A foto da praia de Ipanema lotada no domingo, 30, em plena pandemia viralizou nas redes sociais e levou muitas pessoas a afirmarem, sem nenhuma prova, que a imagem era antiga, anterior à covid-19, acusando o Estadão de divulgar fake news. A informação falsa ganhou tração nas redes sociais após o jornalista e escritor Guilherme Fiuza, notório defensor do presidente Jair Bolsonaro, questionar a veracicade das imagens feita pelo Estadão.
De acordo com Fiuza, o jornal teria usado uma foto tirada no ano passado. Após ser respondido pelo perfil do jornal, ele apagou a postagem original e disse que pode ter “sido induzido ao erro”. Apesar disso, a maioria dos comentários é de perfis bolsonaristas alegando que as fotos seriam antigas ou manipuladas.
“A foto foi feita no Arpoador, ali na entrada de Ipanema, por volta das 14h30 de domingo”, contou o fotógrafo responsável pela imagem, Wilton Júnior, que usou uma lente teleobjetiva para o registro. “A praia estava muito cheia e com muito guarda sol, coisa que a gente não via há muito tempo.”
Em seguida, o fotógrafo seguiu para o mirante do Leblon, onde fez mais algumas fotos. A praia do Leblon, segundo o profissional, estava mais vazia, mas, ainda assim, havia gente na areia – o que está proibido pela prefeitura por conta da epidemia. Apenas o banho de mar está liberado. “Foi um dia de trabalho normal”, resumiu Wilton Júnior.
Depois de ver a repercussão da imagem nas redes sociais e as acusações falsas, o fotógrafo disponibilizou o arquivo interno que é gerado pela câmera no momento da foto e também o cartão usado para copiar as imagens para o computador, com data e hora.
Wilton Júnior, de 46 anos, trabalha há 20 anos na sucursal do Rio do Estadão. Trata-se de um fotógrafo experiente, com mais de 25 anos de profissão, vencedor de dois prêmios Rey de Espanha (em 2011 e 2012), um dos mais importantes da categoria, e de um prêmio Esso (2012).
Foto: Reuters