O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) se reuniu, nesta segunda-feira (12/7), com o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), para tratar dos “limites dos Poderes”.
O movimento ocorre em meio às desavenças do chefe do Executivo com o ministro e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso.
Como o blog mostrou , Fux afirmou ter convidado Bolsonaro a comparecer no Supremo “diante dos últimos acontecimentos”. Segundo ele, é importante ressaltar “o respeito às instituições e os limites impostos pela Constituição”.
Após a visita de hoje o ministro Fux afirmou que articulará uma reunião entre os presidentes dos poderes da República (Executivo, Legislativo e Judiciário), a fim de discutir as “balizas” das relações entre as três instâncias.
“[Bolsonaro] Ele entendeu e, ao final, combinamos uma reunião entre os três Poderes para fixarmos balizas sólidas para a democracia brasileira. Isso é o que compete às minhas atribuições”, disse Fux, sem divulgar a data do encontro dos três poderes.
Ao sair da reunião, Bolsonaro também confirmou o assunto tratado. Ele disse que mencionou a Fux um trecho do “Pai Nosso”. “Devemos perdoar as nossas ofensas”, disse.
“Basicamente foi essa conversa. Estamos perfeitamente alinhados, respeitosos com a Constituição. É cada um aplicar dentro do seu poder os limites. Nós, do Executivo, não pretendemos sair desses limites”, declarou.
Bolsonaro chegou ao Supremo por volta das 17h.
Durante o final de semana, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e outras lideranças partidárias e do Supremo criticaram a declaração de Bolsonaro.
Nos últimos dias, o presidente tem atacado o
ministro Luís Roberto Barroso, atual presidente do Tribunal Superior Eleitoral.
Bolsonaro deseja que seja implementado um novo modelo de votação – o impresso – alegando fraude nas eleições com as urnas eletrônicas, mas sem apresentar provas.
Na saída do STF, Bolsonaro voltou a criticar Barroso: “Olha só, eu estou com problema com um ministro aqui. Ele está tendo um ativismo legislativo: a questão do voto impresso. Acredito que nós, ao lutarmos sobre as eleições transparentes, devíamos ser digno de aplausos. Ele é presidente do TSE e não conseguimos entender a posição dele”, disse.
Sobre a declaração de que não haverá eleição em 2022, caso não haja voto impresso, ele afirmou que o que quis dizer foi que pedirá “contagem pública de votos”.
“A grande maioria da população quer um voto confiável. Não é o retorno do voto em papel, é uma maquininha que imprime o voto. Nós queremos transparência. Eu respeito o Parlamento, mas nós vamos querer a contagem pública dos votos”, declarou.
Com: Metrópoles
Foto: Reuters