Home Amazônia Bruno tem parentes em BH e ambientalistas convocam manifestação por ele e por Dom Phillips

Bruno tem parentes em BH e ambientalistas convocam manifestação por ele e por Dom Phillips

18 de junho de 2022, 11h13 | Por Redação - Blog do Lindenberg

by Redação - Blog do Lindenberg

Por Hoje em Dia/Blog do Lindenberg – [email protected]

Eu dizia aqui neste mesmo neste Hoje em Dia que o indigenista Bruno Pereira tem parentes em Belo Horizonte. De fato, tem. Ele é genro do também ambientalista Kléber Matos, pai de Beatriz, esposa de Bruno, de tal forma que grupos de amigos estão convocando uma manifestação para segunda-feira, dia 20, na Praça 7, às 17h30, com o apelo “Se puder, leve vela e uma flor”. O tributo será prestado a Bruno e ao seu amigo de viagem, Dom Phillips, correspondente do britânico “The Guardian”.

Os restos mortais dos dois chegaram ao Rio de Janeiro na última quinta-feira para exames de DNA. A Polícia Federal descarta que Bruno e Dom tenham sido vítimas uma ação que teria a participação de organizações internacionais. E aponta que apenas Amarildo da Costa Oliveira – o “Pelado” – e seu irmão Oseney da Costa Oliveira – o “Dos Santos” – teriam participado do duplo assassinato.

Contudo, a PF precisa estabelecer ainda o papel desempenhado por cada um dos irmãos. Sabe-se também pela confissão de “Pelado” que o conflito estaria ligado à pesca do Pirarucu, um peixe em extinção, cujo preço de mercado estaria avaliado em R$ 100 o quilo, de tal forma que já teria havido até um encontro entre Bruno e “Pelado”, na região onde os corpos foram encontrados, com expressões pouco amistosas trocadas entre os dois.

Neste caso, Dom Phillips teria sido sacrificado como queima de arquivo, já que, embora não estivesse no momento do encontro entre Bruno e “Pelado”, ele estava na região em busca de provas para completar seu livro sobre a ausência do Estado no interior da Amazônia, um território dominado pelo narcotráfico, exploração de madeira ilegal e cobiça do ouro sob territórios indígenas – coisa, por sinal, pregada pelo presidente da República na sua campanha de 2018, quando dizia que o ouro não pertence aos índios.

O fato é que na verdade o que se nota é a absoluta ausência do Estado no interior da Amazônia. Naquela região já houve nos últimos três anos 1.908 conflitos agrários e o número de mortos também cresceu de 20, em 2020, para 35 em 2021. Só nos primeiros meses de 2022 14 pessoas já perderam a vida nessa disputa em que o pobre mais perde do que ganha – inclusive a vida.

Mas, mudando de assunto, para continuar na política, eu dizia aqui também neste Hoje em Dia que o general Braga Neto poderia ser substituído pela deputada Tereza Cristina. Ela continua em alta no entorno do presidente da República, dados os avanços que deu no agronegócio e sua boa relação com o Congresso. A deputada, no entanto, prefere disputar uma cadeira no Senado, onde parece ter maiores chances pelo seu Estado, o Mato Grosso do Sul.

Ainda no jogo da política, o governo perdeu feio ontem ao tentar barrar o aumento dos combustíveis, tarefa dada, mas não cumprida, pelo chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, e pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira.

Ontem, o presidente da República resolveu entrar na briga, ameaçando propor uma CPI para investigar a Petrobras que alega em sua defesa que os preços não estão compatíveis com o mercado internacional, incluindo o diesel, que precisaria de um aumento de 30% para evitar o desabastecimento do produto.

Os caminhoneiros voltam a falar em greve, porém a manobra do presidente sobre a CPI pode evitar o movimento paredista dos motoristas e o presidente da Câmara pede a renúncia do presidente da Petrobrás, José Mauro Ferreira Coelho. O que Bolsonaro não sabe, nem seus ministros, é que os preços dos combustíveis no Brasil estão atrelados aos preços internacionais, graças a uma manobra do presidente Temer, que fez essa correlação, quando na verdade a exploração do petróleo no Brasil é em real e os preços internacionais são em dólar. Uma maldade para melhor distribuição de dividendos aos sócios minoritários. A CPI de Bolsonaro não vai ajudar em nada, mas alivia a pressão política numa hora em que o presidente passa por dificuldades eleitorais. É o que dá quando se junta eleição com economia.

Foto: Reprodução/TV Globo

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