Nomeado para o Ministério da Educação, o professor Carlos Alberto Decotelli entregou nesta terça-feira (30) uma carta com seu pedido de demissão do Ministério da Educação (MEC) ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), após diversas mentiras terem sido descobertas no currículo do agora então, ex-ministro. A informação foi confirmada por ele ao jornal Folha de S.Paulo.
Decotelli teve a nomeação publicada no Diário Oficial da União na última quinta-feira (25), mas não chegou a tomar posse, que estava marcada para esta terça-feira (30) e já havia sido adiada.
Com uma passagem relâmpago, Decotelli teve a cerimonia de posse adiada, justamente, pelas inconsistências em seu currículo, com doutorado (na Argentina) e pós-doutorado (na Alemanha) inexistentes.
Desde que foi anunciado para assumir a vaga de Abraham Weintraub, Decotelli passou a ter as informações de seu currículo questionadas.
A primeira incoerência foi anunciada pelo reitor da Universidade Nacional de Rosario, da Argentina, que negou que Decotelli tenha obtido o título.
Em seguida, a Universidade de Wuppertal, na Alemanha, informou que Decotelli não possui título, apenas que realizou pesquisa de três meses na instituição.
A mais recente surgiu nesta terça-feira (29), a Fundação Getúlio Vargas (FGV) negou que Decotelli tenha trabalhado como professor em alguma escola da instituição, contradizendo o ministro. A instituição também apurará suspeita de plágio em dissertação feita por Decotelli para a conclusão de curso de mestrado.
As inconsistências no currículo de Decotelli chegaram a ser exaltadas pelo próprio presidente Jair Bolsonaro. Ele leu, em live na última quinta-feira (29), a versão do currículo do novo ministro com os títulos posteriormente desmentidos.
Uma reportagem do UOL publicada na tarde desta terça-feira (30) mostrou que Decotelli também exagerou em seu currículo militar. Apresentando como “Oficial da Reserva da Marinha” no site do MEC, ele pertence à reserva de 2ª Classe da Marinha (RM2). Isso quer dizer que ele ingressou sem concurso e prestou serviço temporário.
Foto: Geraldo Magela/Agência Senado