Por Itatiaia
O ex-diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência Saulo Moura da Cunha revelou, em depoimento à CPMI dos Atos Antidemocráticos, que a ABIN produziu 33 alertas de inteligência entre os dias 2 e 8 de janeiro deste ano, quando ocorreu a depredação de prédios públicos na Praça dos Três Poderes.
“Em um desses alertas, nós falamos que houve detecção de risco de invasão e depredações de prédios. No próprio dia 8, nós falamos da presença de pessoas que diziam estar armadas. Posteriormente, enviamos a identificação de algumas pessoas. Em tempo real, a ABIN produziu esses alertas”, detalhou.
Saulo Moura da Cunha disse que a inteligência da ABIN atuou para resguardar as instituições democráticas de direito e enfatizou que o plano de segurança estava a cargo da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, que era comandada pelo ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Anderson Torres. “ A operação do dia 8 estava a cargo da secretaria de Segurança, que dispõe de setor de inteligência, e para a qual também enviamos os alertas.
O ex-diretor adjunto da Abin Saulo Moura disse não lembrar para quais órgãos federais foram enviados os relatórios da agência sobre os riscos para a realização dos atos antidemocráticos do dia 8 de janeiro.
“A gestão anterior entregou um relatório ao governo de transição, sobre a presença de atores extremistas nos movimentos que estavam sendo feitos na porta dos quartéis e do Quartel General do Exército”, revelou.
Parlamentares de oposição do governo apresentaram cinco requerimentos para a convocação de Saulo da Cunha, que ocupava o cargo de diretor da ABIN no dia 8 de janeiro, quando ocorreu a depredação de prédios públicos na Praça dos Três Poderes. Ele deixou o cargo no início de março.
A ideia dos parlamentares de oposição, que protocolaram o pedido de convocação, é a de que Saulo da Cunha forneça informações sobre os alertas que a ABIN fez ao governo sobre o risco de ações ilícitas contra autoridades e o patrimônio público.
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