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Exército deixa de punir Pazuello e obedece desejo de Bolsonaro Comentário da noite

3 de junho de 2021, 20h04 | Por Carlos Lindenberg

by Carlos Lindenberg

A decisão do alto comando do Exército, com o seu comandante, Paulo Sérgio à frente, em reunião com 15 generais de quatro estrelas, o topo da hierarquia, não apenas abre um grave precedente na disciplina da força como coloca de maneira definitiva o Exército de Caxias alinhado ao projeto de governo do presidente Bolsonaro, fazendo da força não mais um equipamento de Estado, mas um instrumento de governo, o que só faz aumentar o apetite autoritário do ex-capitão que se elegeu presidente.

Por Carlos Lindenberg

O alto comando a rigor já sabia que o presidente da República não queria ver seu companheiro da “motociclada” Fluminense sofrendo qualquer tipo de punição. Isso foi dito tanto para dentro como para fora da força.
O que não se imaginava é que o Exército se submetesse tão facilmente assim aos desejos do presidente, ainda que seja ele o comandante em chefe das Forças Armadas. Mas é que a hierarquia e a disciplina são os dois pilares em que se sustentam as forças militares em qualquer parte do mundo. Pois, esses dois pilares foram dinamitados pelo presidente e engolidos pelo alto comando. Inimaginável, isso.

Mas não imprevisível. Ao nomear no início da semana Pazuello para a sua assessoria de assuntos estratégicos até ele, Pazuello, sabia estar sob as asas da autoridade maior do Executivo. O que ninguém discute é que Pazuello, um general de três estrelas, cometeu um ato grave de indisciplina ao passear pelas ruas do Rio de Janeiro ao lado do presidente e ainda subir num palanque para fazer discurso.

O Exército tinha dois caminhos: mandava prender Pazuello por indisciplina baseado no artigo 57 do RDE ou lhe passaria uma descompostura para não fazer mais passeios de motocicleta, mesmo que ao lado do presidente da República.
O Exército optou por outra via: a da obediência turva aos desejos do presidente e assim resolveu passar a mão na cabeça de transgressor do estatuto dos militares e do próprio RDE, rasgando a disciplina e se deixando enquadrar pelo presidente da República. Não se pode deixar de lamentar essa escolha da terceira via pelo alto comando do Exército, ainda que sob o pretexto de evitar uma nova crise entre os militares. Mas o sinal está dado: às favas com a disciplina.

 

Foto: Alan Santos/PR

 

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1 comentário

Hilton Rosa da Silva 4 de junho de 2021 - 08:27h

Você replica mentiras! Não existe ninguém nas forças armadas insatisfeitos com a decisão do comandante do exército em não punir… Por favor! Você como jornalista deveria ser imparcial com a política…

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