O ex-policial militar Ronnie Lessa revelou o nome dos mandantes e as circunstâncias para o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 2018. As revelações foram feitas após a delação premiada de Lessa ser homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e Élcio de Queiroz entregar o ex-PM como executor dos assassinatos.
O primeiro depoimento contou com a gravação de cerca de duas horas de áudio e vídeo. Além de entregar o nome de quem o contratou, Ronnie Lessa detalhou as reuniões que manteve com o seu contratante antes e depois do assassinato e expôs as razões que levaram os mandantes a planejar o homicídio de Marielle.
Ronnie Lessa está em uma cela isolada na penitenciária federal de Campo Grande (MS). O responsável pelos disparos que mataram a vereadora teve conhecimento do que Élcio disse sobre a participação dele no crime e então resolveu colaborar com as investigações.
De acordo com o depoimento de Lessa, os mandantes fazem parte de um grupo político poderoso no Rio de Janeiro com vários interesses em diferentes setores do Estado. O caso foi parar no STF após a suspeita de envolvimento de parlamentar do Congresso Nacional.
Diligências ainda estão em curso para fechar de vez a investigação e atribuir criminalmente responsabilidades sobre o mando da morte de Marielle Franco e de Anderson Gomes.
Na segunda-feira (18), Ronnie Lessa participou de uma videoconferência com o juiz que integra a equipe do ministro Alexandre de Moraes diretamente do presídio de Campo Grande. Ele confirmou os termos dos depoimentos prestados e as afirmações feitas ao longo da investigação.
O depoimento por videoconferência foi pré-requisito para a homologação da delação premiada de Lessa.
Foto: Reprodução Jornal Nacional.