O Brasil registrou 105.821 denúncias de violência contra a mulher em 2020 e segundo a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves que revelou que a pandemia de Covid-19 foi um dos fatores que provocaram aumento da violência doméstica contra as brasileiras.
Os índices do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) fazem parte de um relatório divulgado neste domingo (7), véspera do Dia Internacional da Mulher com os dados de denúncias recebidas pelo Disque 100 e pelo Ligue 180 em 2020.
Ao todo, os canais receberam 359 mil denúncias. Destas, 105.821 foram de violência contra a mulher, 72% delas de violência doméstica familiar (75.894 denúncias), que vão de morte, lesão, sofrimento físico, abuso sexual ou psicológico até danos morais ou patrimoniais.
Os demais 28% (29.927 denúncias), são referentes à violação de direitos civis e políticos, como liberdade de religião, tráfico de pessoas, escravidão e acesso a direitos sociais.
Na entrevista coletiva concedida ontem, a ministra disse que houve aumento também nas ocorrências registradas por delegacias virtuais. “Nós, infelizmente, tivemos de deixar dentro de casa agressor e vítima. Isso foi um fenômeno que aconteceu no mundo inteiro e nós lamentamos”, declarou Damares.
“Como é que a mulher ia ligar na frente do agressor? Ele ia ouvir a voz dela. Aí a gente traz para o Brasil o WhatsApp, o aplicativo, para que a mulher de noite acorde e, mesmo ao lado dele, possa mandar uma mensagem em silêncio. Ou na hora que for ao banheiro tomar um banho, jogar o lixo lá fora”, disse.
Na avaliação de Damares, não há muito o que comemorar no Dia Internacional da Mulher, nesta segunda no qual o momento é de “reflexão”.
” Quantas mulheres nós perdemos para o Covid? Quantos maridos amanhã não vão ter uma esposa para quem entregar uma flor, um filho não vai ter uma mãe para abraçar no Dia da Mulher. E aqui a gente registra o nosso abraço às famílias que perderam alguém nesse período de Covid. Isso vai passar, gente. Tenho certeza que isso vai passar logo. Nós estamos caminhando para o fim disso, nós temos que manter essa esperança cada vez mais renovada”, declarou.
Além da divulgação dos dados, o Ministério lançou a campanha “amor não causa dor”, para o enfrentamento à violência contra a mulher, realizada em parceria com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
“Nós temos uma meta ousada no governo do presidente Jair Bolsonaro: erradicar a violência contra a mulher no Brasil. Estamos buscando isso com a ajuda de parceiros, como o CNJ”, afirmou a ministra.
Com Agência Brasil
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