Autoridades confirmaram, nesta segunda-feira, a morte de 11 pessoas durante as jornadas de protestos no Chile que tomaram conta das ruas de Santiago e em diversas cidades do interior. De acordo com a prefeita da região metropolitana da capital, Karla Rubilar, mortes ocorreram em diferentes incêndios em lojas e supermercados provocados durante saques neste domingo. Outras três tinham sido registradas no sábado.
O Consulado do Equador no Chile confirmou também a morte de um cidadão equatoriano, vítima de um tiro de arma de fogo na localidade de La Serena. Não está claro se a conta oficial das autoridades chilenas incluem esta vítima fatal.
Diversos saques e incêndios foram registrados pela imprensa local e nas redes sociais durante o fim de semana, na esteira de uma escalada de violência que começou após manifestações estudantis contra o aumento do preço da passagem do metrô na região metropolitana de Santiago.
No domingo, a Câmara de Deputados aprovou projeto que anula o aumento das passagens. O Senado deve votar o texto no início da tarde.
Presidente diz que Chile está ‘em guerra’ e é criticado
Apesar do esperado arrefecimento dos confrontos, o presidente Sebástian Piñera, fez um duro pronunciamento na noite de domingo (20), dizendo que o Chile está “em guerra contra um inimigo poderoso, implacável, que não respeita a nada nem ninguém”.
A declaração foi mal recebida por políticos, como presidente do Senado, Jaime Quintana, que afirmou ser “um profundo erro o uso destas palavras”. Quintana disse ainda que o que ocorre no país são “ações delituosas com uma resposta inadequada” do governo, gerando “mal estar entre a população”.
Nas redes sociais, diversos vídeos registram cenas de confronto nas ruas da capital e cidades do interior no final de semana. Muitos denunciam a violência policial.
O Instituto Nacional de Direitos Humanos confirmou que irá abrir pelo menos oito ações por violações de direitos e excessos cometidos por forças militares e policiais durante os protestos.
Toque de recolher em Valparaíso
A repressão policial às manifestações de sexta-feira (18) acabou gerando uma radicalização dos protestos e o decreto de Estado de Exceção colocou o exército chileno nas ruas no sábado — algo que não se via desde o fim da ditadura militar no país.
A capital, Santiago, amanheceu sem registros de confrontos, com o metrô voltando a funcionar parcialmente, sob forte aparato militar. Porém, com o estado de exceção vigente, muitas lojas, escolas e bancos não funcionam. A mídia local registra filas nos poucos supermercados abertos.
Porém as regiões de Valparaíso, no litoral, e Concepción, ao sul, decretaram toque de recolher a partir das 20h desta segunda-feira.
Fonte/Créditos: R7
Foto: Edgard Garrido/Reuters