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Tensão: argentinos saem às ruas, desafiam governo e protestam contra ultradireitista Milei

20 de dezembro de 2023, 11h38 | Por Letícia Horsth

by Letícia Horsth

As organizações de esquerda e sindicalistas na Argentina agendaram um protesto contra as políticas do presidente ultradireitista Javier Milei para esta quarta-feira (20). O evento principal, uma caminhada planejada do prédio do Congresso até a Praça de Maio, está programado para ocorrer por volta das 16h, após a concentração inicial às 10h.

O movimento de esquerda se mobiliza contra medidas de austeridade implementadas nos primeiros dias do governo Milei, incluindo redução de subsídios para energia e transporte público, bem como a suspensão de obras públicas.

De acordo com o jornal “La Nación”, vários grupos estão envolvidos na organização da manifestação, incluindo aqueles alinhados ao kirchnerismo, como o Movimento Evita, e outros, como o Polo Trabalhador, que não seguem essa corrente política.

Essas organizações possuem considerável capacidade de mobilização, atuando como intermediárias na distribuição de benefícios do governo, semelhante aos sindicatos rurais brasileiros que colaboram com o INSS. Na Argentina, essas entidades auxiliam na comprovação de elegibilidade para benefícios governamentais.

Milei busca auditar essas organizações para restringir sua influência. Durante sua campanha, ele promoveu o slogan “el que corta no cobra” para desencorajar o bloqueio de ruas como forma de protesto, indicando que tais ações resultariam na não obtenção de benefícios sociais.

Em resposta às manifestações, o governo emitiu um decreto para evitar obstruções nas ruas e ameaçou cortar benefícios sociais daqueles envolvidos em bloqueios.

Autoridades governamentais afirmam a disposição de retirar os auxílios sociais daqueles que interromperem a circulação viária durante os protestos. A ministra de Capital Humano, Sandra Pettovello, declarou que “os que fecharem ruas não receberão benefícios sociais”, reforçando a postura do presidente.

“Protestar é um direito, mas também é um direito circular livremente pelo território argentino para ir ao local de trabalho”, afirmou Pettovello em um vídeo transmitido nas redes sociais do governo. Ela também fez um apelo às mães que recebem benefícios, alertando: “Quem promover, instigar, organizar ou participar de piquetes perderá todo tipo de diálogo com o Ministério do Capital Humano”.

Para desencorajar a participação forçada, o governo abriu uma linha telefônica para que os beneficiários denunciem pressões de grupos para participar das manifestações. Até a tarde de terça-feira, 4.310 denúncias foram recebidas, com a garantia do governo de penalizar apenas os que bloquearem o trânsito ou agirem com violência.

Com informações do Diário do Centro do Mundo.
Foto: Vitor Caivano/AP/Sputnik.

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