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Zema mente quando diz que esteve com Haddad pelo menos uma vez. Uma vez… Governador rebateu fala do presidente da República sobre 'ausências' em reuniões para tratar da dívida pública estadual

22 de novembro de 2023, 14h28 | Por Carlos Lindenberg

by Carlos Lindenberg

Por Itatiaia

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), rebateu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta quarta-feira (22) e disse que, desde 2019, tenta “soluções para a recuperação econômica” do estado. A declaração foi dada um dia após Lula afirmar que Zema “não compareceu a nenhuma reunião” a respeito da dívida de Minas com a União, que gira em torno dos R$ 160 bilhões.

“Desde o início da minha gestão, busco soluções para a recuperação econômica de Minas. Em maio, ao lado de outros governadores, estive com o ministro (Fernando) Haddad para resolver a dívida dos estados. Hoje estou em Brasília mais uma vez, na busca de diálogo e solução. Afinal, há 5 anos o plano (de Recuperação Fiscal) foi apresentado para resolver essa dívida do passado que nós mineiros teremos que pagar” escreveu Zema, sem citar o petista, em uma rede social.

A publicação dele é acompanhada por uma hashtag com os dizeres “mentira tem perna longa”.

Zema, de fato, se encontrou com Haddad em maio. À época, ele compôs uma comitiva de governadores que viajou à capital federal para defender a flexibilização de regras do Regime de Recuperação Fiscal (RRF).

O governador de Minas Gerais tenta, junto aos deputados estaduais, autorização para aderir ao RRF. Paralelamente, contudo, o presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), levou a Lula uma proposta alternativa de refinanciamento da dívida mineira.

“Eu ouço o Haddad falar, de vez em quando, que tem tentado discutir a dívida do Estado com os governadores. E é importante lembrar que o governador do Minas Gerais não compareceu em nenhuma reunião, ele mandou o vice (Mateus Simões, do Novo). Eu espero que, daqui pra frente, o governador compareça para conversar com o ministro da Fazenda”, acusou Lula, durante encontro com Pacheco nessa terça-feira (21).

Propostas distintas

Além de Pacheco, a alternativa ao Regime de Recuperação Fiscal é encampada pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD-MG). O presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Tadeu Martins Leite (MDB), também participa das conversas sobre a proposta.

Pacheco propôs o repasse, ao governo federal, de estatais mantidas pelo governo do estado, como a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig) e a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig). A estratégia para amortizar os R$ 160 bilhões tem, ainda, mecanismos como a utilização de créditos judiciais que Minas teria a receber e a criação de um programa de refinanciamento para suavizar débitos de estados e municípios junto à União.

O RRF proposto por Zema ao Legislativo mineiro, por sua vez, sugere a privatização da Codemig. Para aliviar os cofres públicos, o governo de Minas defende, ainda, a venda da folha de pagamento dos servidores a um banco. O funcionalismo, aliás, não teria, a princípio, aumento real nos nove anos de vigência do ajuste fiscal — e, sim, duas recomposições inflacionárias de 3%.

Reunião entre Zema, Pacheco e Haddad

Nesta quarta-feira (22), Zema, Pacheco e Haddad vão se reunir para debater as opções para tentar solucionar o impasse em torno da dívida pública de Minas. Pelo lado do Palácio Tiradentes, devem participar, também, o vice Mateus Simões e os secretários Gustavo Barbosa (Fazenda), Luísa Barreto (Planejamento e Gestão), Marcelo Aro (Casa Civil) e Marcel Beghini (secretaria Geral).

A garantia do encontro com Haddad, aliás, foi dada por Zema pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa. No início da semana, o governador foi a Brasília em busca de uma conversa com Lula. Embora não tenha conseguido o objetivo, pôde conversar com Costa.

Foto: Aluisio Eduardo / Imprensa MG

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