Pressionado pelo partido Novo, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, desistiu de ir ao Congresso Nacional para participar do ato que reúne representantes dos Três Poderes – e outras autoridades – para relembrar os ataques em 8 de janeiro de 2023.
Na última semana, à reportagem, fontes ligadas ao governador disseram que ele não deveria ir à solenidade, mas Zema mudou de ideia e foi a Brasília nesta segunda-feira (8). No entanto, na capital federal, mudou de destino e marcou uma reunião com o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, para tratar da proposta de renegociação da dívida pública estadual de R$ 156,5 bilhões com a União.
A reunião está marcada para 16h30 e, até as 16h, não constava na agenda oficial de Ceron. Nesta segunda (8), conforme o sistema eletrônico do governo federal, o secretário só se reuniu com o seu chefe, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT). A equipe de Zema, no entanto, incluiu o compromisso às pressas na agenda divulgada no site Agência Minas.
A decisão de Zema – de não comparecer ao evento no Congresso Nacional – visa evitar possíveis complicações em sua relação com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), para quem Zema fez campanha nas eleições do ano passado, e setores da direita em Minas Gerais.
Segundo integrantes do Partido Novo, assim que o diretório estadual soube da decisão do Governo Zema de comparecer ao ato se posionaram para dizer que “não faz sentido um governador de direita em um evento organizado pela esquerda”. A avaliação foi que a aparição não seria positiva nem para Zema e nem para o partido e que ele ficaria “isolado” no evento.
Questionado sobre a ausência, Zema divulgou um vídeo em seu perfil no Instagram, nesta segunda-feira (8), para justificar o “bolo” no evento institucional organizado pelos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, para marcar um ano dos ataques aos prédios no 8 de Janeiro.
O vídeo foi gravado em frente ao Ministério da Fazenda, a poucos quilômetros do Congresso Nacional, onde autoridades de todo o país participam do ato.
Outros governadores, como Tarcísio de Freitas (São Paulo), Ratinho Júnior (Paraná), Jorginho Mello (Santa Catarina), Cláudio Castro (Rio de Janeiro) e Ronaldo Caiado (Goiás), também não participaram do evento.
Cerimônia 8 de janeiro
A cerimônia, que reunirá aproximadamente 500 pessoas, contará com a execução do hino nacional pela ministra da Cultura, Margareth Menezes, e terá a presença dos presidentes da República, Lula; do Senado, Rodrigo Pacheco; e do STF, Luís Roberto Barroso. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), cancelou sua participação devido a motivos de saúde na família.
Com informações da Itatiaia.
Foto: Guilherme Bergamini / ALMG.