Por Veja
Dilma Rousseff venceu outra vez, no TJMG, uma empresa de concursos que usou a imagem dela numa publicidade com a frase “como deixar de ser burro”. Vai levar mais de 60.000 reais. A empresa que terá de pagar a indenização tentou alegar que Dilma há havia até defendido “estocar vento” e que a punição seria, portanto, injusta. Não deu certo.
A ex-presidente teve a primeira decisão favorável no caso em maio. Ela foi alvo de um anúncio de uma empresa, a Estratégia Concursos, que associou sua imagem à burrice.
A publicidade do curso tentava atrair a clientela com o seguinte slogan: “Como deixar de ser burro e vencer as dificuldades no estudo”. Ao lado da frase, uma foto da petista. Do outro lado do anúncio, uma foto do bolsonarista Olavo de Carvalho, que faz o “contraponto” como supostamente inteligente.
Por causa da grosseria, Dilma acionou a empresa por danos morais e de imagem, solicitando 300.000 reais de reparação financeira e a devida retratação dos autores.
A empresa condenada argumentou que utilizou a imagem de Dilma na “vida pública” e não na esfera da “vida pessoal”. E que as pessoas públicas devem suportar o ônus de terem suas condutas e seus atos submetidos à publicidade e a críticas.
Na sua sentença, a juíza Gislene Mansur, de Minas Gerais, afirmou que a associação de Dilma ao conteúdo revelou-se “extremamente ofensivo à honra”. A juíza negou o pedido de retratação. Para ela, iria acarretar maior exposição de sua imagem, ao contrário do almejado. “Recrudescerá os danos à sua honra”, escreveu Mansur.
Foto: Vagner Rosário/VEJA.com