Home STF Ministro Gilmar Mendes vota pela suspeição do ex-juiz Sergio Moro no processo em que o ex-presidente Lula (PT) foi condenado na ação do tríplex no Guarujá

Ministro Gilmar Mendes vota pela suspeição do ex-juiz Sergio Moro no processo em que o ex-presidente Lula (PT) foi condenado na ação do tríplex no Guarujá Decisão é adiada após pedido de vista do ministro Nunes Marques; placar está 2 a 2. Cármen Lúcia, que votou a favor do ex-juiz em 2018, afirmou que gostaria de apresentar novamente seu voto.

9 de março de 2021, 18h12 | Por Redação ★ Blog do Lindenberg

by Redação ★ Blog do Lindenberg

“Meu voto não apenas descreve cadeia sucessiva a compromisso da imparcialidade como explicita surgimento e funcionamento do maior escândalo judicial da nossa história”, disse o Ministro  Gilmar Mendes do  Supremo Tribunal Federal (STF), responsável pela retomada do julgamento da suspeição do ex-juiz Sergio Moro nos casos da Operação Lava Jato. Entre essa e várias citações ele usou frase efeito  para dizer ser a  favor da suspeição.

A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu retomar nesta terça-feira (9) o julgamento que discute a atuação do ex-juiz federal o ao condenar Lula no caso do tríplex do Guarujá. O caso começou a ser julgado em 2018, quando, após os votos do relator, ministro Edson Fachin, e da ministra Cármen Lúcia, que não conheceram do habeas corpus, o ministro Gilmar Mendes pediu vista.

Gilmar Mendes defendeu a declaração de suspeição do ex-juiz que era responsável pela condução no processo em Curitiba  em que o ex-presidente Lula (PT) foi condenado por receber o imóvel.

O Habeas Corpus 193726, que anulou condenações de Lula pelo juízo da 13ª Vara Federal de Curitiba (PR) e declarou a perda do objeto de 14 ações apresentadas pela sua defesa, não impede a análise da suspeição, pois pode vir a ser modificada em caso de recurso.

Pela legalidade de atuação de Moro os ministros votaram antes de Gilmar Mendes, os ministros Edson Fachin e Cármen Lúcia. Após Gilmar, votam Kassio Nunes Marques e Ricardo Lewandowski.

“É cabível este habeas corpus e acolho a tese trazida pelos impetrantes [advogados de Lula]”, anunciou o ministro ao iniciar a longa exposição sobre a matéria. O magistrado fez inúmeras críticas à Lava Jato, que foram muito além do caso específico do petista.

“Já elogiei, sim”, afirmou o ministro sobre o trabalho realizado pela Lava-Jato. “O combate à corrupção é fundamental. Agora, uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. O combate à corrupção tem que ser feito dentro dos moldes legais. Não se combate crime cometendo crime.”

Disse ainda que, “ninguém pode se achar o ó do borogodó. Cada um vai ter seu tamanho no final da história. Um pouco mais de modéstia. Calcem as sandálias da humildade”.

Com palavras de efeito também fez elogios a decisão de Lewandowski de autorizar à defesa de Lula acesso integral aos diálogos vazados dos integrantes da força-tarefa da Lava-Jato em Curitiba.

O ministro atacou as prisões preventivas alongadas e afirmou que Moro atuava como integrante do Ministério Público, responsável por fazer as acusações. “Em outras palavras, ele não se conteve em pular o balcão”, disse.

Gilmar defendeu a implementação do “juiz de garantias” para acabar com o “ativismo” da Justiça Federal. “A salvação hoje da Justiça Federal é o juiz de garantias”, afirmou. Ele também criticou à imprensa dizendo que se estabeleceu um “conluio vergonhoso entre a mídia e os procuradores e o juiz”.

“Portanto, eu sou insuspeito nessa matéria, agora também como ministro Kassio, que chegou mais recentemente, de ter simpatia, envolvimento com o PT. Não obstante eu sempre soube distinguir o que é ser adversário do que é ser inimigo”.

A conclusão foi adiada com o pedido de vista do  ministro Kassio Nunes Marques que alegou falta de tempo para análise. Não há data para que a análise seja retomada.

Veja  o voto de Gilmar Mendes e votação aqui.

Com Agência 
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

LEIA TAMBÉM

Envie seu comentário