Por Metrópoles
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Edson Fachin, determinou, nesta quarta-feira (21/7), que o presidente Jair Bolsonaro (PL) se manifeste, em até cinco dias, sobre os ataques às urnas eletrônicas proferidos em apresentação a embaixadores.
A medida de Fachin atende a pedido do PDT. Na terça-feira (19/7), o partido solicitou exclusão do vídeo da apresentação de Bolsonaro das redes sociais.
A reunião do mandatário com embaixadores de aproximadamente 40 países ocorreu na segunda-feira (18/7), no Palácio da Alvorada. Na ocasião, Bolsonaro voltou a lançar dúvidas sobre o sistema eleitoral brasileiro.
Por mais de 45 minutos, o chefe do Executivo federal também criticou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e afirmou que seu governo está empenhado em apresentar uma “saída” para as eleições deste ano.
No despacho publicado nesta quinta-feira, divulgado pelo jornal O Globo, Fachin solicitou explicações de todas as partes envolvidas no pedido de exclusão do vídeo, incluindo o presidente Jair Bolsonaro.
“Da leitura da petição inicial extrai-se da causa de pedir que os fatos retratados indicam que a anduzida prática de desinformação volta-se contra a lisura e confiabilidade do processo eleitoral, marcadamente, das urnas eletrônicas”, pontuou o ministro.
Na reunião com estrangeiros, o chefe do Palácio do Planalto repetiu argumentos já desmentidos por órgãos oficiais e reiterou que as eleições deste ano devem ser “limpas” e “transparentes”.
“Nós queremos, obviamente, estamos lutando para apresentar uma saída para isso tudo. Nós queremos confiança e transparência no sistema eleitoral brasileiro”, declarou. “Nós queremos corrigir falhas. Queremos transparência. Nós queremos democracia de verdade.”
Posicionamento
Logo após o fim do evento com embaixadores, o próprio presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Edson Fachin, disse, sem citar Bolsonaro, que muitos “buscam, sem muito disfarce, diluir a própria República e a constitucionalidade”.
Participantes
Levantamento realizado pelo Metrópoles, divulgado nesta quarta, aponta que somente três dos dez maiores parceiros comerciais do Brasil foram à reunião.
Dos dez maiores importadores do país, apenas os Estados Unidos, Holanda e a Espanha confirmaram ter enviado representantes ao encontro com Bolsonaro.
Os participantes foram o encarregado de negócios norte-americano, Douglas Koneff, o embaixador espanhol em Brasília, Fernando Garcia Casas, e o conselheiro de negócios da Holanda, Remon Boef.
Foto: Clauber Cleber Caetano/Planalto/PR