Por Jornal Hoje em Dia / Blog do Lindenberg
O ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), voltou a subir o tom ontem ao discursar no seminário “STF em ação”, cujo tema foi o “Guardião da Constituição e a Harmonia entre os Poderes”. Mas Alexandre de Moraes voltou a dizer que “tem muita gente ainda para ser presa e muita multa também para aplicar”. E se disse feliz porque antes dele falou o ex-presidente do Supremo Dias Toffoli, que discorreu sobre a invasão do Capitólio, nos Estados Unidos, e afirmou que 964 pessoas foram presas e duas já condenadas por conspiração contra o Estado.
Moraes, falando depois, declarou: “Fiquei feliz com a fala do ministro Dias Toffoli, porque, comparando os números, tem muita gente para prender e muita multa para aplicar”.
Mas o que chamou a atenção ontem, além do julgamento do “orçamento secreto”, cuja relatora, ministra Rosa Weber, presidente do STF, é contra, porque não se sabe de onde o dinheiro sai nem onde é aplicado, embora o Congresso tenha uma visão diferente, foi o convite que o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, fez ao presidente da Fiesp, Josué Gomes, filho do seu vice-presidente, José Alencar, já falecido, para que assuma o ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
O encontro entre Lula e Josué foi no hotel em que o presidente eleito está hospedado e logo após a posse do novo presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas.
O convite deve estar ligado a um movimento de alguns sindicatos patronais, que tentam destituí-lo. Esse grupo de oposição a Josué marcou para o próximo dia 21 de dezembro uma assembleia que, pelo número de sindicatos patronais que assinam o documento, pode destituir Josué Gomes da presidência da Fiesp.
Lula, por sua vez, vai montando o seu ministério. Ontem ele convidou Camilo Santana para assumir uma pasta, assim como anunciou também ontem Luiz Marinho para o Ministério do Trabalho.
Agora, o que ninguém esquece, e Bolsonaro não fez nenhuma menção a isso, foi a prisão do indígena bolsonarista Xerere Xavante, também conhecido por José Acácio, cuja prisão botou fogo em Brasília, com dezenas de carros queimados, ônibus queimados, enfim, uma noite de pânico no Distrito Federal. O pedido foi feito pela Procuradoria-Geral da República e autorizada por Alexandre de Moraes, até porque José Acácio foi visto diversas vezes rondando o hotel onde Lula está hospedado.
No mais, é o bate-boca de deputados na Câmara, uns acusando os outros, mas nada de maior importância. Por fim, pelo menos 19 chefes de Estado já confirmaram sua presença na posse de Lula, enquanto daqui até sua posse o presidente eleito deverá viajar aos Estados Unidos, à China e à Argentina, aqui, provavelmente, a despeito da parceria entre os dois países, em função da visita que o presidente da Argentina fez a Lula nos seus 580 dias de prisão.
Por último, o PT quer impedir a presença de Bolsonaro na posse de Lula. Até agora nem se sabe quem colocará a faixa no presidente eleito: Bolsonaro não tuge nem muge, Hamilton Mourão muito menos, embora Arthur Lira tenha manifestado o desejo de, se necessário, cumprir o gesto simbólico da aposição da faixa.
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