Equipes da Polícia Civil e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) voltaram à sede da cervejaria Backer, no bairro Olhos D’Água, na Região Oeste de Belo Horizonte, na manhã desta terça-feira (14).
A Polícia Civil investiga a contaminação de, pelo menos, 17 pessoas por dietilenoglicol – substância tóxica ao consumo humano – encontrado na cerveja Belorizontina da empresa. A empresa já tinha sido vistoriada anteriormente.
Uma inspeção de engenharia será feita nos tanques e em outras estruturas da fábrica, conforme informações divulgadas ontem.
Ficou determinado pelo Ministério da Agricultura nessa segunda-feira, o recolhimento de todas as cervejas da marca e a suspensão da venda de produtos. A medida é válida para cerveja, além dos chopes, fabricado entre outubro de 2019 e janeiro.
Foram apreendidos 139 mil litros de cervejas já engarrafadas e 8 mil litros de chope na semana passada, de acordo com o MAPA.
Na última sexta, a fábrica foi interditada. O restaurante da cervejaria, na mesma área, no bairro Olhos D’água, Região Oeste de Belo Horizonte, funcionou normalmente durante o fim de semana.
Dietilenoglicol
A substância dietilenoglicol foi encontrada em um dos tanques da cervejaria Backer, em Belo Horizonte, disse a Polícia Civil em entrevista coletiva ontem (13).
Uma apuração segue em andamento para identificar a relação entre a substância e a síndrome nefroneural que afetou mais de 10 pessoas em Minas Gerais.
O dietilenoglicol é um solvente orgânico altamente tóxico que causa insuficiência renal e hepática e pode levar à morte em caso de ingestão.
A substância foi encontrada inicialmente em dois lotes da cerveja Belorizontina, segundo um laudo da Polícia Civil divulgado na semana passada. Depois, foi identificada no sangue de quatro vítimas internadas.
A empresa tem negado que usa a substância no processo de fabricação. No mesmo tanque foi encontrada a presença de outra substância que não deveria estar na cerveja, o monoetilenoglicol, usado pela Backer como anticongelante de serpentinas. Porém, não deveria estar presente na cerveja.
De acordo com a Polícia Civil, o tanque analisado é o de armazenamento do fluído anticongelante, ou refrigerante, usado no chiler de refrigeração. E não nos tanques onde as cervejas ficam armazenadas.
Backer
Em entrevista coletiva na manhã de hoje (14), concedida na fábrica da empresa, localizada no bairro Olhos d’Água, a diretora de marketing da empresa, disse não saber como a substância encontrada se propagou.
Ana Paula Lebbos, pediu, que os clientes não consumam a cerveja Belorizontina, independente do lote. Na coletiva, Lebbos mostrou-se “assustada” com o ocorrido e afirmou que preza por todos os consumidores da bebida.
“O que eu preciso agora é que não bebam Belorizontina, seja quaisquer que sejam os lotes. Quero que meu cliente esteja protegido. Por isso, não beba, seja qual lote for. Não sei o que está acontecendo”, disse Lebbos.
Ainda segundo a dirigente, todas as Belorizontinas produzidas estão no tanque investigado e, por não saber como a substância dioetilenoglicol se propagou, é prudente que ninguém consuma o produto.
“Sabemos que todas as Belorizontinas são feitas no tanque que está sendo investigado. Sabendo ou não (o motivo da contaminação), gostaria que ninguém bebesse essa cerveja”, concluiu.
Com: Agência
Foto: Reprodução/G1