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Bolsonaro quer que população se arme sobretudo produtores rurais Presidente voltou a usar discurso de que “povo armado jamais será escravizado” e disse que ninguém deve ser cordeiro de outras autoridades

10 de agosto de 2022, 14h00 | Por Redação ★ Blog do Lindenberg

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Por Metrópoles

Em evento com produtores rurais, nesta quarta-feira (10/8), o presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a incentivar a compra de armas de fogo. O mandatário comentava decretos assinados por ele que facilitaram o processo de aquisição de armamento, ao estenderem o porte para todo o perímetro da propriedade rural e simplificarem o trâmite de registro dos colecionadores, atiradores desportivos e caçadores (CACs).

“Povo armado jamais será escravizado. Comprem suas armas, comprem suas armas. Isso também está na Bíblia, lá no ‘Pedrão’. ‘Vendam suas capas e comprem espadas’. Nós não somos cordeiros, não queremos ser lobos também, mas jamais seremos cordeiros de dois ou três”, afirmou Bolsonaro em discurso no Encontro Nacional do Agro, organizado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

“Vamos dizer que a nossa liberdade é sagrada e não tem limites. Não tem esse papinho de fake news. ‘Ah, ele fez fake news.’ Ah, vá para a… Vá para a ponta da praia. O problema do Brasil é fake news agora?”, prosseguiu.

Bolsonaro fez referência indireta aos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do Supremo Tribunal Federal (STF), que têm reagido às investidas do presidente contra as urnas eletrônicas e investigado propagações de informações falsas por bolsonaristas.

“Sou o chefe da nação e eu não vou chegar a 23 ou 24 e falar: ‘O que eu não fiz lá atrás para o Brasil chegar a essa situação?’. Que isso custe a minha vida. Nós somos a maioria, nós somos pessoas de bem, nós, de verdade, trabalhamos. Vamos perder para narrativas? Para três ou quatro aí que assumiram cargos e se acham deuses?”, questionou ele.

Sinalização pró-Bolsonaro

O evento teve tons bolsonaristas e defendeu diversas propostas do presidente e candidato à reeleição, algumas sem relação direta com o agronegócio, como a revisão do conteúdo dos livros didáticos da escola.

Em discurso de abertura, o presidente da CNA, João Martins da Silva Junior, disse que “não tem mais espaço nesse país para uma equipe corrupta e incompetente, e muito menos o retorno de um candidato que foi processado e preso como ladrão”. Ele ainda defendeu a continuidade “do que estamos vendo hoje”, em sinalização pró-Bolsonaro.

“Vamos voltar para casa sabendo que o destino do nosso país está em nossas mãos, sabendo que vamos contribuir para modernizar este país e fazer dele uma grande nação”, concluiu o presidente da confederação.

No documento intitulado “O que esperamos dos próximos governantes”, a CNA defende o financiamento privado das campanhas eleitorais. A entidade também se manifesta a favor de outras reformas, como a tributária e a administrativa, e de uma modernização da política agrícola.

O diretor técnico da CNA, Bruno Lucchi, ainda defendeu a classificação das invasões de terra como “ato terrorista”.

Estavam presentes no evento o candidato a vice de Bolsonaro, general Braga Netto; o presidente da Petrobras, Caio Mário Paes de Andrade; e os ministros Marcos Montes (Agricultura), Joaquim Leite (Meio Ambiente), Anderson Torres (Justiça) e Augusto Heleno (GSI), além do almirante Flávio Rocha, da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência.

Também compareceram à agenda os seguintes parlamentares: a ex-ministra da Agricultura e deputada federal Tereza Cristina (PP-MS), o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Sergio Souza (MDB-PR), e o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR).

Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

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