Por CNN
No encontro entre o presidente do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, e o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, realizado nesta quarta-feira (31), ficou acertada a possibilidade de as áreas técnicas da Corte e das Forças Armadas apresentarem, em conjunto, um projeto-piloto para atender a demanda dos militares sobre o teste de integridade das urnas eletrônicas.
Segundo informou o TSE, por meio de nota, durante o encontro “ficou reconhecida” a importância da manutenção da aferição nos equipamentos, “que ocorre desde 2002, como mecanismo eficaz de auditoria”. A ideia, de acordo com o tribunal, é que o projeto piloto utilize a biometria de eleitores reais em algumas urnas indicadas para o teste, conforme sugestão das Forças Armadas.
“A importância da manutenção da realização do Teste de Integridade, que ocorre desde 2002, como mecanismo eficaz de auditoria foi ressaltada por ambas as áreas técnicas, que apresentarão, em conjunto, a possibilidade de um projeto piloto complementar, utilizando a biometria de eleitores reais em algumas urnas indicadas para o referido teste, conforme sugestão das Forças Armadas no âmbito da Comissão de Transparência Eleitoral.”, esclarece nota divulgada pelo TSE.
Como mostrou o âncora Kenzô Machida nesta terça-feira (30), o ministro da Defesa pretendia usar a conversa com Moraes para reforçar a proposta dos militares de realizar o teste de integridade das urnas eletrônicas nas seções eleitorais.
Hoje, os testes são realizados nos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) no mesmo dia da eleição, e é acompanhado por empresa de auditoria externa. O objetivo é verificar se o voto depositado é o mesmo que será contabilizado pelo equipamento. Neste ano, o TSE ampliou de 100 para 600 o número de urnas testadas no dia da eleição.
De acordo com os técnicos das Forças Armadas, além da transferência do teste para as seções eleitorais, a participação dos eleitores é fundamental para garantir maior segurança do sistema de votação.
A proposta dos militares é que os eleitores que participem dos testes usem a biometria para destravar as urnas que serão testadas. Segundo militares disseram à CNN, o eleitor não votará neste momento. Ou seja, o restante do processo de aferição do equipamento será feito pelas equipes da Justiça Eleitoral, como acontece anualmente.
Ainda durante o encontro, segundo o TSE, ficou acertado a realização de um evento público da Comissão de Transparência Eleitoral do tribunal e as entidades fiscalizadoras do processo eleitoral para apresentar os resultados dos testes de verificação das urnas eletrônicas, inclusive do modelo UE 2020 —essa também era uma das demandas dos militares.
No encontro desta quarta, foi feita uma apresentação técnica dos estudos feitos por USP, Unicamp e UFPE.
O TSE também reafirmou ao ministro da Defesa o compromisso de divulgação de todos os BUs (Boletins de Urna) —possibilitando a conferência e totalização dos resultados eleitorais pelos partidos políticos e entidades independentes.
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