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Lula oficializa demissão de Moretti e troca de sete diretores na Abin As mudanças foram oficializadas na noite de terça-feira (30), após ações da PF sobre o esquema de espionagem ilegal na Abin.

31 de janeiro de 2024, 14h46 | Por Letícia Horsth

by Letícia Horsth

Após decidir manter no cargo o diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Luiz Fernando Corrêa, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) oficializou a troca no cargo número dois do órgão. Alessandro Moretti foi demitido do cargo de diretor-adjunto da Abin. Para ocupar o lugar, o petista nomeou o cientista político Marco Aurelio Chaves Cepik, responsável pela direção da Escola de Inteligência da Abin.

A mudança foi oficializada em edição extra do Diário Oficial da União na noite de terça-feira (30) e foi acompanhada de outras trocas em diretorias. Quatro diretores foram dispensados de suas funções, e outros setes foram nomeados em decisões assinadas pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa. Esses nomes são mantidos em sigilo.

As trocas na Abin foram motivadas pela revelação de um esquema de espionagem ilegal no órgão durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Além disso, a Polícia Federal (PF) apontou que a atual direção da Abin, sob o comando do governo Lula, tentou interferir nas investigações sobre o uso do software espião FirstMile, usado para o monitoramento sem autorização judicial.

Na manhã de terça-feira, Lula adiantou a possível troca. Sem citar diretamente o nome de Moretti, o presidente disse que dentro da Abin “tinha um cidadão que mantinha relação com Ramagem”, em referência ao diretor do órgão no governo Bolsonaro, Alexandre Ramagem, e que “se isso for verdade, não há clima para esse cidadão continuar”.

“A gente nunca está seguro. O companheiro que eu indiquei para ser o diretor-geral da Abin [Corrêa] foi meu diretor-geral da PF entre 2007 e 2010. É uma pessoa que eu tenho muita confiança, e por isso chamei, já que eu não conhecia ninguém da Abin. E esse companheiro montou a equipe dele”, disse o petista em entrevista à CBN Recife.

“Dentro da equipe dele tinha um cidadão, que é o que está sendo acusado, que mantinha relação com o Ramagem, que é o ex-presidente da Abin do governo passado. Inclusive, relação que permaneceu já durante o trabalho dele na Abin. Se isso for verdade e está sendo provado não há clima para esse cidadão continuar na polícia. Mas antes de você fazer simplesmente a condenação, é importante investigar corretamente”, acrescentou.

Na segunda-feira (29), a PF cumpriu a segunda fase da operação Vigilância Aproximada, deflagrada para avançar no “núcleo político” do esquema de espionagem ilegal na Abin. Um dos alvos de busca e apreensão foi o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (Republicanos), em três endereços. Na última quinta-feira (25), a primeira fase da operação mirou Ramagem.

Com informações do OTempo.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil.

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