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Moro entrega à PF provas materiais de mensagens que trocou com Bolsonaro Ex-ministro da Justiça e Segurança Pública prestou depoimento de mais de oito horas, em Curitiba, no sábado (2).

3 de maio de 2020, 12h25 | Por Letícia Horsth

by Letícia Horsth

Fontes que participaram ou que souberam sobre o conteúdo do depoimento de Sergio Moro, disseram que a PF extraiu do telefone do ex-ministro provas que ele tinha exibido ao Jornal Nacional, como a conversa em WhatsApp com o presidente Jair Bolsonaro e com a deputada Carla Zambelli. Além disso, informaram que Moro forneceu novas provas e, principalmente, indicou maneiras de conseguir outras. A demissão do ex-ministro ocorreu em 24 de abril.

No dia 25 de abril, um dia após o ex-ministro Sergio Moro mostrar as trocas de mensagens ao JN, o presidente não as contestou.

Depois de prestar um depoimento de mais de oito horas na Polícia Federal (PF), em Curitiba, no sábado (2), o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro fez a seguinte postagem no Twitter: “Há lealdades maiores do que as pessoais.” A publicação foi feita na manhã deste domingo (3).

Durante o depoimento, Sergio Moro foi questionado sobre as acusações de que o presidente Jair Bolsonaro tentou interferir no trabalho da PF e em inquéritos relacionados a familiares. As acusações foram feitas pelo ex-ministro quando ele anunciou sua saída do governo, há uma semana.

O inquérito foi autorizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e vai investigar se as acusações de Moro são verdadeiras. Caso não sejam, o ex-ministro poderá responder na Justiça por denunciação caluniosa e crimes contra a honra.

Depoimento

À revista Veja, o ex-ministro relatou que entregou provas depoimento realizado ontem na Polícia Federal, em Curitiba.

“Foi um depoimento longo, mas tranquilo. Fiz um histórico de uma série de situações. Prova material? Tem bastante coisa”, disse Moro, segundo relato de interlocutores ouvidos pela revista.

Ao todo, o depoimento demorou oito horas. Nele, Moro reafirmou como acusações contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre crimes de interferência política na PF e exibe novas provas entre audiências, troca de mensagens e e-mails.

A revista ainda diz que Moro disse a interlocutores que o conteúdo completo de seus esclarecimentos se tornará público apenas quando o ministro Celso de Mello, relator de pesquisa no STF , autorizar ou monitorar o sigilo de suas pesquisas.

O depoimento foi determinado pelo ministro Celso de Mello, relator do caso, e foi colhido presencialmente por delegados da PF e acompanhado pelos procuradores que tiveram autorização do ministro Mello.

São eles: João Paulo Lordelo Guimarães Tavares, Antonio Morimoto e Hebert Reis Mesquita.

De acordo com informações da RPC, Moro prestou depoimento em uma sala ampla com a distância recomendada por causa do coronavírus e com Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). O depoimento foi conduzido pela delegada Christiane Correa Machado, chefe do Serviço de Inquéritos Especiais (Sinq).

Com informações do G1 e Revista Veja.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

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