Frederick Wassef, ex-advogado da família Bolsonaro, foi alvo de operação da Polícia Federal no início de setembro que apurava um suposto esquema de desvios no Sistema S do Rio de Janeiro.
O Ministério Público Federal no Rio de Janeiro apresentou uma denúncia à Justiça contra o ex-advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef, por lavagem de dinheiro e peculato (desvio de recurso público) no âmbito da investigação de um suposto esquema de desvios no Sistema S do RJ. A denúncia foi divulgada nesta sexta-feira (25) e foi obtida pela Reuters.
Além de Wassef, outras quatro pessoas também foram denunciadas, entre elas, Orlando Diniz, ex-presidente da Fecomércio (Federação do Comércio do Rio). O advogado já atuou para a família do presidente Jair Bolsonaro, mas a acusação não tem qualquer ligação com o presidente.
Procuradores afirmam que o grupo teria desviado pelo menos R$ 4,6 milhões do Serviço Social do Comércio (Sesc RJ), do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac RJ) e da Fecomércio-RJ, por intermédio da Fecomércio com “pagamentos de honorários advocatícios por serviços que efetivamente não foram prestados, relativo a contrato ideologicamente falso”.
A acusação imputa a Wassef um desvio de 2,865 milhões de reais entre os meses de dezembro de 2016 e maio de 2017. Parte da denúncia é baseada na delação premiada de Orlando Diniz, um ex-presidente da Fecomércio-RJ que firmou um acordo de delação premiada.
A denúncia faz parte da Operação Esquema S, deflagrada no início de setembro por decisão do juiz Marcelo Bretas.
Procurado pela Reuters para comentar, Wassef não respondeu de imediato.
No início do mês, Wassef, e os advogados Cristiano Zanin Martins e Roberto Teixeira, que defendem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e Eduardo Martins, filho do atual presidente do STJ, foram alvos, entre outros, de nova fase da Lava Jato, que investiga supostos desvios no Sesc e no Senac do Rio de Janeiro e na Fecomércio-RJ.
Foto: Gabriela Biló