O ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), possibilitou ao motoboy Ivanildo Gonçalves da Silva o direito de não comparecer à CPI da Covid para prestar depoimento, marcado para esta terça-feira (31).
Ivanildo Gonçalves da Silva foi convocado, após um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) indicar que o motoboy teria sacado cerca de R$ 4,7 milhões a serviço da VTCLog, empresa selecionada pelo Ministério da Saúde para cuidar da armazenagem e distribuição de medicamentos.
O documento indica ainda que, ao todo, a empresa de logística teria movimentado “de forma suspeita” R$ 117 milhões nos últimos dois anos.
Se comparecer, o depoente poderá ficar em silêncio diante de perguntas; receber auxílio de um advogado; não ser submetido ao compromisso de dizer a verdade e não sofrer constrangimentos físicos e morais.
O pedido da defesa ao STF foi feito na última sexta-feira. Reportagem do “Jornal de Brasília” mostrou que o motoboy sacou o montante final de R$ 4,74 milhões para a empresa de logística com contratos no Ministério da Saúde e responsável pelo transporte de insumos, inclusive vacinas.
Comissão da CPI
A comissão da CPI da Covid-19 decidiu ontem (30) entrar com recurso no Supremo Tribunal Federal (STF) contra decisão do ministro Nunes Marques que impede a ida do depoente hoje (31). A decisão monocrática beneficiou o Ivanildo que segundo as apurações, seria o responsável por saques milionários em nome da empresa.
A defesa de Gonçalves ainda não se posicionou sobre a decisão do STF.
A comissão optou por marcar também para esta terça o depoimento da CEO da VTClog, Andreia Lima.
Os senadores debateram a reação à decisão do Supremo em grupo de WhatsApp ainda na noite de segunda-feira. A senadora Simone Tebet afirma que Ivanildo Gonçalves é uma testemunha “importantíssima” para esclarecer o fluxo de dinheiro da empresa que mantém contrato de distribuição de medicamentos com o Ministério da Saúde.
Com CNN Brasil
Foto: STF divulgação