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Pimentel nega diante de Bené que tenha usado caixa 2 em 2014

30 de julho de 2019, 21h04 | Por Carlos Lindenberg com Letícia Horsth

by Carlos Lindenberg com Letícia Horsth

O ex-governador de Minas Gerais Fernando Pimentel (PT) negou nesta terça-feira (30), em interrogatório na Justiça Eleitoral de Minas Gerais, ter praticado tráfico de influência no período em que foi ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior para que o grupo empresarial JHSF pudesse operar no aeroporto Catarina, em São Roque, no estado de São Paulo.

Além de Pimentel, outras quatro pessoas são acusadas na ação, por suposto envolvimento em emissão de notas fiscais falsas para lavar dinheiro de propina. Uma delas é Benedito Oliveira, conhecido como Bené, que foi interrogado nesta tarde na condição de réu pela juíza Luiza Teixeira, da 32ª Vara Eleitoral da capital mineira.

Bené é o primeiro delator da Operação Acrônimo, desencadeada em 2014 pela Polícia Federal para investigar um suposto esquema de lavagem de dinheiro, desvio de verbas e caixa 2 eleitoral. O empresário é apontado ainda como proprietário de uma gráfica que teria sido usada pelo ex-governador durante a campanha eleitoral e, segundo o MP, recebeu “vantagens indevidas”.

Primeiro a ser interrogado, Bené confirmou depoimento dado em delação premiada e reafirmou ter operado de forma irregular recursos para a campanha de Pimentel em 2014. Segundo denúncia do Ministério Público, com base na delação do empresário, Pimentel teria cobrado R$ 5,2 milhões de um empresário na época em que o petista era ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior durante o primeiro mandato da ex-presidente Dilma Rousseff. Em troca, Pimentel teria atuado a favor de um empresário interessado na construção de um aeroporto em São Paulo.

Logo em seguida, Pimentel entrou na sala de audiências e falou por cerca de meia hora. De acordo com a assessoria de imprensa do tribunal, ele negou ter solicitado a Bené para arrecadar dinheiro de forma ilegal. No final, pelo elevador do Fórum ele disse para imprensa que “O que já tinha de dizer já foi dito nos autos do processo. Agora é esperar a Justiça”.

Foram interrogados ainda Marcos Coimbra, diretor do Instituto Vox Populi, e o então diretor da empresa, Márcio Hiran. Para o MP, o instituto de pesquisa teria recebido recursos de caixa dois da campanha de Pimentel. “Tudo será dito no lugar adequado”, disse Coimbra, antes de depor. Hiran não se pronunciou.

Ao todo, a operação Acrônimo gerou cinco processos contra o Fernando Pimentel, sendo que dois deles ainda estão em fase de inquérito. Em um deles, o MP pediu a prisão de Pimentel e o pagamento de multa no valor de R$ 5 milhões.

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