Home Polícia Com incentivos que vêm de cima, polícia paulista identifica agressor de jornalistas

Com incentivos que vêm de cima, polícia paulista identifica agressor de jornalistas Adriano Ferreira de Queiroz, de 33 anos, foi indiciado por lesão corporal grave e injúria. Caso ocorreu em 2 de março, quando o homem partiu para cima dos jornalistas com uma corrente. Repórter cinematográfico foi atingido na mão e teve que passar por uma cirurgia.

22 de março de 2022, 14h06 | Por Carlos Lindenberg

by Carlos Lindenberg

Por G1

A Polícia Civil de São Paulo identificou o homem que agrediu uma equipe de reportagem da TV Globo no Brás, região central da capital, no início do mês. Adriano Ferreira de Queiroz, de 33 anos, foi localizado nesta segunda-feira (21), levado para a delegacia e interrogado.

O agressor foi indiciado e responderá pelos crimes de Lesão Corporal de Natureza Grave e Injúria. As penas somadas dos dois crimes podem chegar a seis anos de prisão.

Os repórteres Renato Biazzi e Ronaldo de Souza foram atacados no início do mês, na tarde de 2 de março, enquanto gravavam uma reportagem sobre a situação da “Feira da madrugada”, no Brás, no Centro de São Paulo.

Conhecido como “Feira da Madrugada”, o local passou por reforma no ano passado, foi reinaugurado com uma nova estrutura e passou a chamar Circuito de Compras.

Naquela ocasião, um homem que segurava um cachorro amarrado a uma corrente se aproximou e começou a xingar os repórteres, que faziam imagens do local. Depois, partiu com a corrente para cima dos jornalistas, atingindo um deles.

O golpe acertou a mão do repórter cinematográfico Ronaldo de Souza, que precisou passar por uma cirurgia. De acordo com a TV Globo, ele está bem.

Homem agrediu e xingou jornalistas durante reportagem sobre a Ferinha da Madrugada, em SP — Foto: Reprodução/TV Globo

Ainda não estão claras as motivações do agressor, cujo objetivo era impedir o trabalho da imprensa.

No ano passado, uma reportagem do SP1 mostrou que milicianos controlam a venda de produtos piratas no bairro, exploram comerciantes e têm acesso antecipado aos dias das operações feitas pela Prefeitura de SP. A polícia investiga o caso.

A TV Globo afirmou que repudia com veemência a violência, se solidariza com seus profissionais, e que está tomando as medidas legais cabíveis. Avdertiu também que todos aqueles que agridem com declarações o trabalho da imprensa estimulam esse tipo de ato.

Em nota, o governo de São Paulo também repudiou o ataque.

“É inadmissível que profissionais de jornalismo sejam alvos de violência de qualquer tipo enquanto exercem suas profissões, pois a liberdade de imprensa é um dos pilares de todas as democracias modernas. O Governo de São Paulo reforça seu compromisso na defesa irrestrita do jornalismo e vai acompanhar de perto as investigações da Polícia Civil”, diz nota assinada pela Secretaria da Comunicação.

Por meio de nota, a assessoria do Circuito de Compras São Paulo, no Brás, afirmou que os fatos narrados na reportagem não têm relação com o local e ocorreram bem distante do seu perímetro.

“O Circuito de Compras considera inaceitável qualquer tipo de agressão à imprensa e se solidariza com os profissionais da Globo. O CCSP respeita o jornalismo e a convivência harmônica com os seus profissionais e considera lamentável as agressões ocorridas fora do seu perímetro. O CCSP está à disposição do repórter cinematográfico Ronaldo de Souza e acompanha atentamente as investigações da Polícia Civil a esse respeito”, disse a entidade.

Foto: Reprodução/TV Globo

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