A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quarta-feira (31) a 62ª fase da Operação Lava Jato. Denominada Rock City, esta etapa tem o objetivo de apurar propinas disfarçadas de doações eleitorais, que somariam cerca de R$ 120 milhões.
De acordo com a PF, foram cumpridos um mandado de prisão preventiva, cinco de prisão temporária e outros 33 de busca e apreensão em Belo Horizonte e em outras 14 cidades brasileiras. Além disso, foi determinado o bloqueio de ativos financeiros dos investigados.
A ação contou com 120 agentes, e foi feita em cooperação com o Ministério Público Federal e a Receita Federal. Segundo a investigação, empresas do Grupo Petrópolis, do segmento de bebidas, teriam mascarado o pagamento de propinas como se fossem doações para campanhas eleitorais. As irregularidades vinham sendo investigadas desde 2016, mas após a quebra do sigilo bancário dos investigados, notou-se que contas ligadas a diretoria da empresa no exterior continuaram sendo movimentadas em 2018 e 2019.
Ainda de acordo com a PF, o Grupo Petrópolis teria auxiliado a Odebrecht a fazer a operação ilícita conhecida como ‘dólar-cabo’ – quando ocorre a troca de reais no Brasil por dólares em contas no exterior.
Segundo o Ministério Público Federal, as investigações apontam que Walter Faria e outros executivos do Grupo Petrópolis atuaram na lavagem de cerca de R$ 329 milhões de reais em contas fora do Brasil.
Conforme a investigação, os fatos nesta fase estão relacionados às atividades do setor de operações estruturadas da empreiteira, responsável por viabilizar os pagamentos ilícitos do grupo, de forma profissional e sofisticada, e, assim, evitar o rastreamento dos valores e a descoberta dos crimes.
Os valores ilícitos movimentados teriam sido destinados a pagamento de propina a funcionários públicos da Petrobras e da administração pública brasileira e estrangeira. Outro delito a ser apurado é o de lavagem de dinheiro. Também foi determinada ordem judicial de bloqueio de ativos financeiros dos investigados.
Os presos serão levados para a Superintendência da Polícia Federal no Paraná, onde serão interrogados.