Por o Globo
Na decisão que levou Marcelo Crivella à prisão, a desembargadora Rosa Helena Guita explicou o motivo de não ter esperado o fim do ano — quando o prefeito perde o foro privilegiado — para decretar sua prisão.
Escreveu a desembargadora:
— É verdade que o prefeito está prestes a encerrar o seu mandato, faltando poucos dias para tanto. Poder-se-ia então argumentar que, uma vez praticamente encerrada a sua gestão, não mais haveria que se falar em risco à ordem pública. Tal assertiva poderia até ser verdadeira, caso os ilícitos cometidos tivessem sido esporádicos. Todavia, consoante as investigações revelaram, os crimes foram cometidos de modo permanente ao longo dos 04 anos de mandato, verificando-se contratações fraudulentas e recebimento de propinas nos mais variados setores da Administração. As tratativas espúrias, na verdade, tiveram início ainda durante a campanha eleitoral e miravam as futuras contratações do governo.
Na prática, assim que o tempo de Crivella à frente da Prefeitura terminar, o seu processo mudará de competência e irá para uma instância inferior, ou seja, sairá das mãos da desembargadora.
Foto: Custodio Coimbra