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Como seca histórica no Brasil traz risco de inflação e racionamento de energia Alerta de emergência hídrica emitido nesta sexta se soma a sequência de notícias preocupantes sobre a falta de chuvas no Centro-Sul do país.

31 de maio de 2021, 23h12 | Por Redação ★ Blog do Lindenberg

by Redação ★ Blog do Lindenberg

O Sistema Nacional de Meteorologia (SNM) emitiu na sexta (28) um alerta de emergência hídrica entre junho e setembro para cinco Estados — Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná.

Por BBC Brasil

A falta de chuvas é considerada crítica na região da bacia do rio Paraná, que concentra importantes usinas hidrelétricas, como Jupiá, Ilha Solteira, Porto Primavera e Itaipu.

O comunicado se soma a uma sequência de notícias que expõem uma das piores secas que o país já enfrentou, concentrada na região Centro-Sul.

Dados divulgados em abril pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) apontaram que, entre setembro de 2020 e março deste ano, as hidrelétricas do país receberam o menor volume de chuvas em 91 anos.

A situação piorou em abril, conforme o Índice Integrado de Seca (IIS) do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), com intensificação da seca em relação a março.

Gráfico no alerta emitido pelo SNM mostra previsão de chuvas abaixo da média na bacia do rio Paraná — Foto: Divulgação

A área mais afetada no período estava localizada entre São Paulo, Mato Grosso do Sul, sul de Goiás e oeste de Minas Gerais. Nessa região, 248 municípios estavam em condições consideradas de seca extrema, uma categoria anterior ao pior da escala de cinco níveis, a seca excepcional.
Conta de luz mais cara
O impacto mais direto desse quadro é no preço da energia elétrica.

“O Sudeste, onde a situação dos reservatórios é pior, responde por cerca de 70% da produção de energia hidrelétrica do país”, destaca Carla Argenta, economista-chefe da CM Capital Markets.

Com a menor oferta de energia a partir das hidrelétricas, o país precisa acionar usinas térmicas, cuja produção é muito mais cara — e mais poluente.

Nas contas de luz enviadas aos consumidores neste mês já aparece o acréscimo da bandeira vermelha patamar 1 acionada no início de maio pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

A perspectiva para os próximos meses não é de melhora — a cobrança pode ser ainda mais alta, caso a Aneel considere ser necessário adotar a bandeira vermelha patamar 2, a mais cara entre as quatro consideradas pela agência.

“Dadas as características dos reservatórios do Sudeste, é difícil que haja melhora no curto prazo”, diz a economista.

 

 

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